Atraso na formação de Comitê ameaça cronograma de negociações de fundo para Perdas e Danos

comitê perdas e danos
Kiara Worth/UNFCCC)

O cronograma para negociação do novo fundo internacional para compensação por perdas e danos decorrentes de eventos climáticos extremos pode atrasar logo no começo das discussões. Isso porque o comitê de transição definido pelos países na COP27 em novembro passado para estruturar as linhas gerais desse fundo nem sequer foi totalmente nomeado.

De acordo com o Climate Home, os diversos blocos de negociação tinham até o dia 15 de dezembro para indicar os 25 membros desse comitê. Até 31 de janeiro passado, no entanto, apenas dez tinham sido efetivamente nomeados. As pendências estão principalmente nas indicações dos países desenvolvidos – não coincidentemente, os que mais resistiram à proposta nas negociações em torno desse assunto na última COP.

Sem o comitê devidamente estruturado, os países não poderão avançar em definições cruciais para o futuro fundo, como as fontes de financiamento, os beneficiários prioritários e a supervisão desses recursos. “Isso está atrasando muito o processo, pois temos muitos assuntos organizacionais que precisam ser acordados antes do início dos trabalhos e um cronograma internacional insano de reuniões”, afirmou uma fonte anônima envolvida na estruturação do comitê.

Pela decisão final da COP27, a primeira reunião do comitê deverá acontecer até 31 de março, com outras duas reuniões antes da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP28), programada para acontecer em novembro nos Emirados Árabes Unidos. A expectativa é de que o comitê apresente uma proposta detalhada para o fundo, a ser subsequentemente discutida pelos países ao longo de 2024.

Em tempo: Uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) assinalou que a preocupação generalizada das populações com a crise climática ainda não se refletiu em apoio político para medidas efetivas de enfrentamento do problema. Feita pela YouGov, a pesquisa incluiu respostas de pessoas de 28 países para documentar a relação entre a preocupação geral dessas populações e os esforços de mitigação em cada país. O estudo concluiu que a maioria das pessoas enxerga a mudança do clima como uma ameaça; entretanto, políticas públicas destinadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa não contam com apoio popular na mesma proporção. A Bloomberg deu mais detalhes.

ClimaInfo, 13 de fevereiro de 2023.

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