Bancos aumentam financiamento para energia verde, mas seguem priorizando combustíveis fósseis

Bancos investimentos fósseis
F. Carter Smith/Bloomberg

O fluxo de financiamento para energia renovável está aumentando, mas ainda é inferior ao volume de recursos disponibilizados pelo setor financeiro às empresas de combustíveis fósseis. De acordo com levantamento da BloombergNEF, os bancos forneceram cerca de US$ 1 trilhão para a indústria fóssil, enquanto destinou US$ 842 bilhões para projetos e empresas de energia de baixo carbono.

Por um lado, o fluxo de recursos para energias renováveis quase dobrou nos últimos sete anos. Entre 2011 e 2015, para cada dólar investido em fósseis, os bancos destinavam 0,45 centavos de dólar para renováveis; agora, essa relação está em US$ 1 fóssil para US$ 0,84 renovável.

Por outro lado, a persistência do financiamento para energia fóssil pode ameaçar os objetivos climáticos globais, facilitando a produção de combustíveis fósseis em um momento em que eles deveriam ter sua produção reduzida.

De acordo com a análise da BloombergNEF, a proporção de empréstimos para energia limpa precisa inverter o cenário atual e atingir 4 para 1 em relação à energia fóssil até o final desta década se a humanidade quiser conter o aquecimento global em 1,5oC neste século, como definido pelo Acordo de Paris.

Algumas instituições já estão nesse caminho, ainda que de forma bastante tímida. A NatWest, por exemplo, forneceu cinco vezes mais financiamento para projetos de energia renovável do que para fósseis em 2021, a melhor proporção de todas as instituições analisadas. O banco britânico emprestou US$ 10 bilhões para energias de baixo carbono e US$ 1,8 bilhão para empresas fósseis. O Deutsche Bank foi o 2º na relação, com proporções bem diferentes: US$ 9 bi para renováveis e US$ 19,4 bi para fósseis.

A Reuters também repercutiu essas informações.

ClimaInfo, 1º de março de 2023.

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