Depois de La Niña triplo, El Niño pode dar as caras neste ano, alertam cientistas

El Niño Brasil
Climatempo

Projeções da Organização Meteorológica Mundial (WMO) indicaram que a probabilidade de ocorrência do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Pacífico central) é significativa a partir do segundo semestre de 2023. Caso se confirme, significará uma reversão do que se experimentou nos últimos três anos, marcados pelo fenômeno La Niña (resfriamento), com diversos efeitos sobre o clima global.

As chances de desenvolvimento do El Niño neste 1º semestre ainda são baixas, de 15% entre abril e junho, mas sobem para 55% entre junho e agosto. A ocorrência do El Niño pode puxar para cima as temperaturas médias, aumentando o calor em diversas partes do mundo.

“O primeiro La Niña triplo do século XXI está finalmente se encerrando. O efeito de resfriamento do La Niña freou temporariamente o aumento das temperaturas médias globais, mesmo que o último período de oito anos tenha sido o mais quente já registrado”, destacou Petteri Taalas, secretário-geral da WMO.

A última ocorrência confirmada do El Niño aconteceu entre os anos de 2018 e 2019. Em 2016, outro ano marcado pelo fenômeno, as temperaturas médias foram as mais altas já registradas, recorde que se mantém até aqui. De acordo com a WMO, a probabilidade de que isso se repita em 2026 é de 93%, com uma chance de 50% de que a temperatura média seja, ainda que temporariamente, 1,5oC superior aos índices pré-industriais.

A ocorrência do El Niño também traz efeitos ao Brasil. Como o Climatempo assinalou, a região Sul deve ter mais chuvas, aliviando o sofrimento dos agricultores com a estiagem no Rio Grande do Sul. Em compensação, o tempo fica mais seco no Sudeste, na Amazônia ocidental e no chamado MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

As projeções da WMO sobre a ocorrência do El Niño foram destaque na imprensa, com matérias em AFP, Axios, Independent e ONU News, entre outros.

ClimaInfo, 2 de março de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.