Emissões globais da energia sobem em 2022 e (talvez) se aproximam de pico, diz IEA

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Florian Gaertner/Photothek/ Getty

As emissões globais do setor energético bateram novo recorde no ano passado, totalizando 36 bilhões de toneladas de CO2, mostra relatório da Agência Internacional de Energia (IEA). No entanto, a entidade destaca o baixo crescimento do volume emitido entre 2021 e 2022, de 0,9% (321 milhões de toneladas) – bem menos do que o esperado. Por isso, a IEA acredita que as emissões geradas pelo setor energético global podem estar chegando ao pico e adquirindo certa estabilidade.

A agência credita o resultado ao crescimento das fontes renováveis de energia – solar e eólica –, dos veículos elétricos, das bombas de calor e da eficiência energética. Essa expansão ajudou a limitar os impactos do aumento da utilização de carvão e petróleo, em meio à crise energética global, provocada principalmente pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

O percentual de elevação das emissões registrado no ano passado foi bem menor que os 6% de crescimento entre 2020 e 2021, quando este, em parte, foi resultado do arrefecimento da pandemia de COVID-19 e da consequente retomada das atividades econômicas.

Contudo, o setor energético precisa ter uma redução anual de 7% para atingir o objetivo de chegar à metade das emissões ainda nesta década, relembra o The Guardian.

“Ainda vemos as emissões crescerem a partir dos combustíveis fósseis, dificultando os esforços para cumprir as metas climáticas mundiais”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol. Bloomberg, AP, Reuters, Financial Times e The Wall Street Journal, entre outros, repercutiram os dados.Em tempo: Em pronunciamento sobre os resultados da Petrobras em 2022 – a petroleira registrou lucro líquido de R$ 188,3 bilhões, um recorde histórico –, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, disse que a intenção é ampliar os investimentos em fontes renováveis de energia, informa o Poder 360. “Enquanto o consumo global de fósseis ainda bate recorde, nós precisamos nos preparar para a inevitável transição energética. Se ninguém pode afirmar com precisão até quando a indústria tradicional convencional de petróleo e gás estará dominando, é indiscutível que esse momento está cada vez mais próximo”, disse Prates.

ClimaInfo, 3 de março de 2023.

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