Proibição a carros a combustão até 2035 na União Europeia sofre “fogo amigo”

Europa motor combustão
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Os planos de banimento da venda de carros novos a combustão na União Europeia a partir de 2035 estão sob ameaça – e por causa da maior economia do continente. O ministro dos Transportes da Alemanha, Volker Wissing, disse que Berlim não apoiaria as pretensões da UE, a menos que o acordo isente veículos movidos a combustíveis sintéticos, como o e-metano e o e-querosene, informa o Financial Times. O ministro alemão ganhou o apoio dos vizinhos italianos.

Berlim pediu formalmente à UE que inclua em seus planos veículos com motor de combustão movidos a combustíveis neutros em CO2, em vez de restringir as vendas apenas para 100% elétricos. O argumento é que os chamados e-combustíveis – combustíveis sintéticos desenvolvidos com base em energia renovável e com captura de carbono – atenderiam aos objetivos da organização de zerar as emissões de gases de efeito estufa de sua frota automotiva até meados da próxima década.

No entanto, a proposta não é consensual nem mesmo no próprio governo alemão. O Partido Verde, aliado dos social-democratas, defende o fim da venda de carros a combustão na Europa, em linha com o que a UE definiu no ano passado. E a ministra do Ambiente da Alemanha, Steffi Lemke, disse que seu país deve “agir de forma fiável em nível europeu” e manter-se fiel ao compromisso firmado pela UE, reforçando que tais regulamentos foram “coordenados e acordados em longas negociações”, de acordo com a Reuters. The Wall Street Journal e Bloomberg também repercutiram o embate.

Já no Reino Unido, o esforço está concentrado em fazer uma transição suave da indústria automobilística britânica, na passagem da fabricação de carros a combustíveis fósseis para a produção de veículos elétricos. Tentativas de atrair uma nova onda de fabricantes como Tesla e Rivian falharam, enquanto a Britishvolt, que queria fazer baterias para carros elétricos, entrou em colapso em janeiro, explica o Financial Times.

Em tempo: De olho no greenwashing, autoridades britânicas baniram uma campanha publicitária da companhia aérea alemã Lufthansa que dizia que suas iniciativas verdes estavam “protegendo o futuro” do mundo. De acordo com a Advertising Standards Authority (ASA), que regula a publicidade no Reino Unido, os anúncios da Lufthansa induziam consumidores a erro, ao omitir o impacto das viagens aéreas sobre o clima. The Guardian e Bloomberg noticiaram a proibição.

ClimaInfo, 3 de março de 2023.

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