Falta de verba dificulta trabalho da Defesa Civil em todo o Brasil

Defesa Civil sem verbas
Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

Órgão vital para o trabalho de prevenção, contenção e resgate de desastres ambientais, a Defesa Civil sofre com falta de verba, pessoal e estrutura em diversos municípios de todo o Brasil. Isso compromete ainda mais a capacidade do poder público de responder a eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo na semana passada.

O Estadão destacou dados de um levantamento que dimensiona o problema: dos 1.993 municípios analisados, 72% não possuem orçamento próprio para Defesa Civil, sem contar com dinheiro de outras secretarias ou mesmo da própria prefeitura.

Outro problema é a alta rotatividade do corpo funcional, o que dificulta a formação de equipes e o treinamento adequado para ações de campo. Menos da metade (43%) dos funcionários está na função atual há no máximo um ano e 37%, entre um e cinco anos. A falta de estrutura também chama a atenção: 65% das Defesas Civis estudadas dividem sua repartição com outros órgãos governamentais.

“São Defesas Civis sem orçamento próprio para realizar ações preventivas e educativas nas comunidades, nem vistoriar áreas de risco. Algumas sequer têm carros ou computador para realizar esse trabalho. Faltam aspectos básicos de estruturação”, afirmou Victor Marchezini, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), que participou da pesquisa, ao jornal O Globo.

Em tempo: A Agência Brasil conversou com diversos especialistas sobre a necessidade de mudanças no gerenciamento costeiro no Brasil. “Precisamos repensar o gerenciamento costeiro não só em relação às chuvas e ao aumento das chuvas, mas também em relação à elevação do nível do mar, [já que] a maior parte das cidades brasileiras está nas zonas costeiras”, explicou o urbanista Kazuo Nakano. “A gente precisa aperfeiçoar e mudar completamente os procedimentos de gerenciamento costeiro, articulando com todas as demandas de atendimento social, mas também com políticas ambientais e, principalmente, protetivas”.

ClimaInfo, 2 de março de 2023.

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