
Pesquisa em larga escala feita por pesquisadores da Universidade de Leeds, do Reino Unido, confirmou e quantificou, pela primeira vez, a relação direta entre o desmatamento em florestas tropicais e a redução de chuvas em escalas local e regional, informa o Observatório do Clima. Publicado pela revista Nature, o estudo analisou dados pluviométricos em áreas com perda de cobertura florestal na Amazônia, no Congo e no sudeste da Ásia entre 2003 e 2017. E mostrou o que deveria ser óbvio: quanto mais se desmata, mais se reduz as precipitações. O Metrópoles também tratou da pesquisa.
Os dados mostram que a perda florestal causou reduções robustas de chuvas em escalas superiores a 50 quilômetros do local desmatado. Os maiores declínios na precipitação ocorreram a 200 quilômetros – a maior escala avaliada pelos pesquisadores –, para a qual cada ponto percentual de perda de floresta reduziu a precipitação em 0,25 ± 0,1 mm por mês. E mudanças absolutas na precipitação como resultado da perda de floresta foram maiores na estação chuvosa.
A maior ameaça se dá na Bacia do Congo, informa a AFP. Os autores do estudo sugerem que as taxas projetadas de desmatamento podem levar a uma redução na precipitação local de cerca de 8% a 10% no Congo até 2100. O que pode gerar um ciclo vicioso: reduções nas chuvas levam a mais perda de floresta, aumento da vulnerabilidade ao fogo e diminuição do carbono.
As florestas tropicais influenciam os padrões de precipitação locais e regionais. A evapotranspiração é um forte impulsionador da precipitação regional, representando 41% da precipitação média da bacia na Amazônia e quase 50% no Congo, explica o MetSul.
Em tempo: O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses cumpriu as condições exigidas e pode se tornar Patrimônio Natural da Humanidade, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A confirmação da aprovação da candidatura foi dada pelo governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB). O próximo passo é a avaliação presencial do parque por uma comissão da UNESCO, o que ainda não tem data para ocorrer. O parque fica a cerca de 250 quilômetros da capital maranhense, São Luís. Criado há mais de 40 anos, é o maior campo de dunas da América do Sul, com uma área de 155 mil hectares – maior que a cidade de São Paulo. O parque é gerido pelo ICMBio. Estadão e Valor repercutiram a informação.
ClimaInfo, 8 de março de 2023.
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