Capacidade global de geração renovável cresceu mais de 9% em 2022

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O mundo adicionou 295 gigawatts (GW) de capacidade instalada de geração renovável em 2022. O número representa um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório “Estatísticas da capacidade renovável 2023”, da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla em inglês), divulgado nesta 3ª feira (21/3). Entretanto, o segmento precisaria crescer anualmente em uma velocidade três vezes maior para fazer frente ao limite de aumento de 1,5oC na temperatura global, determinado pelo Acordo de Paris, ressalta a Reuters.

A potência global de geração renovável chegou a 3,3 mil GW no final do ano passado, informa a epbr. E os projetos de fontes renováveis representaram 83% de toda a capacidade de energia elétrica nova inaugurada no planeta no ano passado, aponta a IRENA. “Esse crescimento recorde contínuo mostra a resiliência da energia renovável em meio à persistente crise energética”, disse o diretor-geral da entidade, Francesco La Camera.

A maior contribuição veio da energia solar fotovoltaica, com 191 GW instalados, seguida da fonte eólica, com 75 GW. Bem atrás vieram a hidroeletricidade (21 GW) e a bioenergia (7,6 GW). Já a fonte geotérmica e a geração de eletricidade off-grid (fora da rede) tiveram acréscimos bastante modestos.

Em termos regionais, quase metade das adições do ano passado (163 GW) foram na Ásia, majoritariamente na China, com 141 GW. Na Europa e na América do Norte o crescimento foi de 57,3 GW e 29,1 GW, respectivamente. A América do Sul instalou 18,2 GW, seguida por Oceania (5,2 GW), Oriente Médio (3,2 GW) e África (2,7 GW).

No Brasil, a expansão da capacidade fotovoltaica registrada no ano passado fez o país entrar no top 10 global da fonte, relata o Portal Solar. O país superou 24 GW de capacidade solar instalada no final do ano passado. Em março de 2023, o mercado brasileiro já superou os 26 GW, sendo 18 GW de geração distribuída e 8 GW em centrais.

Em tempo: Mas, nem tudo são flores quando se trata de fontes renováveis de energia, especialmente no Brasil. Como mostra Carlos Madeiro no UOL, o modelo adotado pelo país para a implantação de centrais solares fotovoltaicas de grande porte, sobretudo no semiárido do Nordeste, tem trazido problemas sociais e ao meio ambiente. Os parques têm desmatado grandes áreas para serem erguidos, e isso impacta as comunidades vizinhas. Além disso, estas grandes usinas não têm se conectado com pequenos produtores e criadores. Quem mora nessas regiões continua sendo abastecido muitas vezes com energia de baixa qualidade pela rede convencional, sem conseguir usufruir da energia renovável gerada ao lado de suas casas.

ClimaInfo, 22 de março de 2023.

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