Debandada? Mais uma seguradora deixa aliança internacional por net-zero

Zurich seguradora
REUTERS/Arnd Wiegmann

Mais problemas para a aliança liderada pela ONU para engajar seguradoras no enfrentamento da crise climática e no cumprimento dos compromissos net-zero. Dias após a Munich Re anunciar sua saída da Net-Zero Insurance Alliance (NZIA), a suíça Zurich Insurance Group confirmou nesta 4a feira (5/4) que também está deixando o grupo.

Uma das maiores seguradoras da Europa e membro-fundador da NZIA, a Zurich foi econômica nas justificativas, argumentando apenas que pretende “concentrar nossos recursos para apoiar nossos clientes em sua transição [energética]”. A empresa ressaltou que segue comprometida com os objetivos de descarbonização e que continuará a persegui-los fora do grupo. A notícia é da Reuters.

A movimentação das seguradoras levantou um alerta entre governos e representantes da ONU sobre a pressão crescente de parlamentares e líderes políticos negacionistas da crise climática sobre o setor financeiro. Nos últimos meses, principalmente nos EUA, esses grupos têm mirado o chamado mercado ESG em um novo capítulo de sua “guerra cultural”, ameaçando retirar investimentos de gestoras de ativos que restrinjam aplicações em empresas de combustíveis fósseis.

Recentemente, um grupo de procuradores-gerais de 21 estados norte-americanos governados pelo Partido Republicano divulgou um alerta a mais de 50 dos maiores gestores de ativos do país, ameaçando inclusive com a possibilidade de abertura de processos antitruste contra as empresas. Esse é exatamente o motivo alegado pela Munich Re para deixar a NZIA no começo da semana, para reduzir sua exposição a esse risco. Bloomberg Law e Reuters deram mais informações.Por falar nos EUA, a Bloomberg também abordou as dificuldades que os investimentos ESG podem enfrentar no principal mercado financeiro do planeta. Além da pressão política de negacionistas nos estados e no Congresso norte-americano, os gestores de ativos também lidam com uma “ressaca” dos investimentos sustentáveis depois de um boom durante a pandemia.

ClimaInfo, 6 de abril de 2023.

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