Governo cria grupo de trabalho para “abrasileirar” preço do gás fóssil

Petrobrás MME gás fóssil
Rovena Rosa/Agência Brasil

A Petrobras e os ministérios de Minas e Energia (MME) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) aumentam suas apostas na expansão da oferta de gás natural de origem fóssil ao mercado brasileiro. Junto a isso, estudam alternativas para “nacionalizar” o preço do combustível e estruturar a cadeia produtiva do energético, que o governo quer usar na reindustrialização do país, conforme prevê o programa Gás para Empregar, a ser lançado.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou investimentos de US$ 5,2 bilhões na implantação de novos projetos para exploração e escoamento de gás. Entre eles está o Sergipe Águas Profundas (SEAP), com capacidade de 18 milhões m³/dia, e BM-C-33, na Bacia de Campos, com 16 milhões m³/dia; além do Projeto Integrado Rota 3, previsto para 2024 e com capacidade de até 21 milhões m³/dia, informam a Agência Brasil e o Poder 360.

Em relação ao preço do gás natural, a Petrobras pretende buscar uma nova fórmula, afirmou Prates. A exemplo da discussão sobre os preços dos derivados de petróleo, a empresa quer dar mais peso aos custos domésticos de produção na precificação da molécula do gás, detalha a epbr.

A Petrobras anunciou uma redução média de 8,1% dos preços do gás natural que vende para distribuidoras do combustível fóssil, como parte das atualizações trimestrais previstas nesses contratos, informa o Valor. A petroleira também disse que vai ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para desfazer os termos firmados com o órgão que a obrigam a vender a TBG, subsidiária que controla o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), e refinarias, reporta a epbr.

Atendendo à sugestão do presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva, o governo vai criar um grupo de trabalho para discutir não apenas o preço da molécula de gás, mas também sua cadeia produtiva. De acordo com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o GT vai contar com representantes de MDIC, MME, Ministério da Fazenda e da Petrobras, informam Correio Braziliense, Metrópoles, Veja, Agência Brasil e Folha.

Em tempo: A ainda pouco conhecida e muito duvidosa tecnologia de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) também entrou no radar do governo federal, que planeja mapear ainda neste ano áreas subterrâneas que poderão servir de locais de armazenamento de CO2, segundo o Valor. Petrobras, Shell e Repsol Sinopec também buscam áreas no país para esse fim. Os primeiros locais a serem estudados pelo governo serão antigos campos de petróleo e gás em terra, em Alagoas, Espírito Santo e na região do Recôncavo, na Bahia.

ClimaInfo, 19 de abril de 2023.

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