Após atingir a categoria 5 – a mais elevada na classificação de intensidade das tempestades -, o ciclone Mocha atingiu as costas de Bangladesh e Mianmar no domingo (14/5). Com fortes chuvas e ventos de mais de 200 km/h, Mocha destruiu mais de 500 abrigos de bambu do maior campo de refugiados do mundo na cidade de Cox’s Bazar, em Bangladesh. Deslizamentos de terra e inundações também atingiram a área.
Autoridades de Bangladesh disseram que mais de 500 mil pessoas foram evacuadas de suas casas no sudeste do país. Em Cox’s Bazar, muitos chegaram ao abrigo instalado na cidade em riquixás e a pé e levaram seus rebanhos – gado, galinhas, cabras – além de esteiras para dormir.
São pessoas que vieram de vilarejos pesqueiros e costeiros, a até duas horas de distância, fazendo uma escolha difícil. “Eu não queria sair de casa”, disse Sumi Akter, que mora às margens de um rio. Sumi e outras pessoas relataram à BBC que passaram por outros ciclones nos últimos anos e estão resignados com o padrão regular de deixar suas casas à mercê da natureza.
Em Mianmar, Mocha vem causando estragos no oeste do país. Os serviços de resgate disseram que duas pessoas morreram em um deslizamento de terra, enquanto a mídia local relatou a morte de um homem depois que uma árvore caiu sobre ele, informa a Al Jazeera.
O ciclone derrubou telhados de edifícios, linhas de energia e árvores, e uma torre de telecomunicações foi danificada, de acordo com a organização de notícias local The Irrawaddy, destacada pela CNN. Segundo informações da ONU, muitos moradores da cidade de Sittwe, atingida pela tempestade, partiram para aldeias menores ou se abrigou em mosteiros, pagodes e escolas da região, informa o Guardian.
A chegada do ciclone Mocha a Bangladesh e Mianmar também foi destaque no Washington Post, Bloomberg, phys.org, AP, Reuters e Axios.
Em tempo: Na República Democrática do Congo, pelo menos cinco mil pessoas continuavam desaparecidas após as tempestades que atingiram o país na semana retrasada. De acordo com a Cruz Vermelha, mais de 440 mortes foram confirmadas, após fortes chuvas provocarem inundações e deslizamentos na província de Kivu, no sul do país. Com pás, paus e as próprias mãos, voluntários da Cruz Vermelha lutavam para retirar da lama um corpo meio enterrado em um deslizamento na vila de Bushushu. À Reuters, eles disseram que estavam exaustos e sem equipamentos. Mas continuam encontrando cadáveres sob pilhas de escombros, enterrados em encostas ou flutuando em cursos d’água e num lago próximo.
ClimaInfo, 15 de maio de 2023.
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