Após penar com uma seca extrema, a Itália agora sofre com inundações. Pelo menos nove pessoas morreram e milhares foram evacuadas de suas casas depois que fortes tempestades causaram enchentes e deslizamentos de terra na região italiana de Emilia-Romagna, no norte do país.
De acordo com o Guardian, 21 rios transbordaram, submergindo cidades inteiras da região. O ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, disse que algumas áreas receberam metade da precipitação anual média em apenas 36 horas. Milhares de acres de terras agrícolas também foram inundados, relata a Reuters.
Entre as vítimas estavam um idoso e um casal dono de uma empresa do setor agrícola. O corpo de uma alemã foi encontrado em uma praia em Cesenatico, uma cidade na costa do Mar Adriático, mas não está claro se ela foi morta nas tempestades. Outros ainda são dados como desaparecidos.
Alguns resgates foram especialmente dramáticos, destaca a AP. Em Cesena, os vizinhos nadaram nas águas velozes de uma rua inundada para tirar uma menina dos braços de sua mãe. Um socorrista segurou a criança acima da enchente até que ela pudesse ser passada para os braços de outros socorristas. Outros moradores ajudaram a mãe também a se proteger.
O Grande Prêmio de F1 de Imola, que ocorreria no próximo fim de semana, foi cancelado por causa das inundações. Diante do cenário de destruição, as autoridades locais e os organizadores da corrida concluíram que o evento não poderia ocorrer com segurança, informa a BBC.
As tempestades no norte da Itália também foram destacadas por New York Times, AP, CNN, France24, Euronews e DW.
Em tempo: As temperaturas em dias de clima extremo estão aumentando duas vezes mais rápido do que em dias normais de verão em partes do norte europeu. Enquanto a Inglaterra e o País de Gales viram o dia médio de verão ficar 0,26°C mais quente por década nos últimos 60 anos, o salto foi duas vezes maior nos dias de temperatura máxima, segundo um estudo da Universidade de Oxford. Tendências semelhantes foram observadas no norte da França, Bélgica e Holanda, informa a Bloomberg. Os pesquisadores destacam que, à medida que as mudanças climáticas se intensificam, casos de calor extremo também estão se tornando mais comuns. Já o sul da Europa se prepara para um verão de seca feroz, relata a Reuters. Com as mudanças climáticas tornando a região mais quente e seca, anos consecutivos de escassez de água esgotaram as reservas subterrâneas. Os solos tornaram-se totalmente secos na Espanha e no sul da França. Chuvas acima da média na maior parte da França em março e abril melhoraram os níveis das águas subterrâneas, mas mais de dois terços permaneceram abaixo da média, com a situação ainda preocupante no sul, disse o serviço geológico francês BRGM, segundo a Reuters.
ClimaInfo, 18 de maio de 2023.
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