Governo lança em julho plano de transição energética e programa para descarbonizar geração elétrica na Amazônia

MME transição energética
Geraldo Magela / Agência Senado

Em vídeo reproduzido no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo irá anunciar no próximo mês uma política nacional de transição energética. Silveira não deu detalhes do plano, mas espera-se que não seja na linha do que tem defendido o BNDES, que acha que explorar mais petróleo, especialmente na Margem Equatorial, é parte da expansão das fontes limpas no Brasil. Contudo, em se tratando de Silveira, defensor contumaz da atividade petrolífera, é bom manter os dois pés atrás.

O tema deve ser debatido no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que se reúne em julho. A política deve unificar as ações de transição energética planejadas pelo governo. No setor elétrico, surgem avaliações da necessidade de integrar o mundo da energia e outros mercados, como o dos transportes, que precisam fazer uma descarbonização rápida, mas menos custosa, detalha o Valor.

Uma das atividades do plano de transição energética governamental, adiantou Silveira, é o programa “Descarbonização da Amazônia”. O projeto pretende substituir as termelétricas a combustíveis fósseis usadas para abastecer de energia elétrica os sistemas isolados amazônicos por usinas a fontes renováveis. O investimento previsto é de R$ 5 bilhões, lembra o Canal Solar.

“Esse programa substituirá a geração a diesel, que tem um custo hoje da CCC [Conta de Consumo de Combustíveis], por energia limpas e renováveis em mais de 200 sistemas da nossa Amazônia”, disse o ministro. Para este ano, o orçamento da CCC, cobrada de todos os consumidores de energia elétrica, é de R$ 12 bilhões. O valor é usado justamente para bancar os combustíveis fósseis usados para gerar energia para esses sistemas isolados.

A possibilidade do Brasil se tornar líder da transição energética até a COP30, em 2025, em Belém, é um consenso entre os especialistas de ESG. Mas, para o presidente da Schneider Electric na América do Sul, Rafael Segrera, essa convicção coloca o Brasil em um lugar de “conforto” que pode iludir sobre a necessidade de dar celeridade ao processo. No Estadão, ele destaca que  se não houver uma mobilização prática, de nada adiantará a vantagem.

“Quando temos uma fonte de energia fóssil, a vulnerabilidade pode afetar negativamente o negócio. Quando se tem uma energia renovável, solar ou eólica, você está dando previsibilidade para o negócio”, disse o executivo.

EnergiaHoje e Petronotícias também noticiaram o anúncio do plano de transição energética.

ClimaInfo, 23 de junho de 2023.

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