A Petrobras foi autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a mais que dobrar sua capacidade de produção de óleo diesel “renovável” – chamado pela empresa de “diesel R”. O combustível é gerado na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, a partir do coprocessamento de diesel de origem fóssil com óleo vegetal, numa proporção de até 10% de conteúdo renovável.
Atualmente, a Petrobras é capaz de produzir diariamente 5 milhões de litros do diesel R. Até o fim do ano, a companhia pretende ampliar esta capacidade para até 12,3 milhões de litros por dia. Segundo a epbr, é o primeiro produto do Programa de BioRefino da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 600 milhões em cinco anos para desenvolver uma nova geração de combustíveis.
A adição de óleos vegetais no processamento de diesel fóssil diminui as emissões do produto final. Contudo, como o Brasil já adiciona biodiesel ao diesel A, derivado do refino do petróleo, o novo produto da Petrobras pouco muda nesse sentido. Atualmente, o volume de biodiesel adicionado ao combustível fóssil é de 12%. O governo lançou um calendário no qual a mistura aumentou 1 ponto percentual por ano, até atingir 15% em 2026. O cronograma animou os produtores, mostra o Valor.
Fabricantes de biodiesel veem com cautela o novo produto da Petrobras. Preocupação que deve aumentar após o diretor de Transição Energética da companhia, Mauricio Tolmasquim, defender um mandato – ou seja, uma obrigação de compra – para o produto da empresa, informam Terra e Yahoo.
“Se não tiver mandato a gente não consegue colocar no mercado. O ideal é que isso ocorra o mais rápido possível, senão não adianta a gente desenvolver a tecnologia. Está tudo pronto, pronto para funcionar”, disse Tolmasquim.
Agência Brasil, Exame, UOL, Poder 360, Petronotícias e Terra noticiaram a ampliação de diesel R pela Petrobras.
Em tempo: A produção de hidrogênio também está no radar da Petrobras, mas a empresa não foca apenas no produto verde, produzido a partir de energias renováveis. Segundo o diretor de Transição Energética da petroleira, Mauricio Tolmasquim, o hidrogênio azul – produzido a partir do gás fóssil – também está nos planos, seja para o mercado interno ou para exportação, de acordo com o Valor. “Hidrogênio está no nosso radar, tanto o verde quanto o azul. O verde porque pretendemos produzir fontes renováveis, e o azul porque temos gás natural e especialistas em injetar gás carbônico”, detalhou Tolmasquim. Ou seja, mesmo com o hidrogênio sendo apontado como importante para substituir combustíveis fósseis, a Petrobras só pensa “naquilo” – produzir mais petróleo e gás fóssil, nem que seja para usar como rota do novo combustível.
ClimaInfo, 29 de junho de 2023.
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