O vice-presidente executivo da Comissão Europeia para meio ambiente e clima, Frans Timmermans, chamou a atenção nesta 4ª feira (28/6) aos riscos da geoengenharia – como o uso de tecnologias para retirada de carbono da atmosfera ou para bloquear ou reduzir a entrada da radiação solar no planeta – como “solução” para combater o aquecimento global. Para ele, os países precisam discutir regras internacionais para regulamentar e restringir tais práticas.
“Notamos que a geoengenharia é discutida e explorada em várias partes do mundo e que é considerada por alguns como uma potencial resposta futura às mudanças climáticas. No entanto, este é um problema com implicações globais e riscos consideráveis, e ninguém deveria conduzir experimentos sozinhos com nosso planeta compartilhado”, disse Timmermans em coletiva de imprensa. “Isso deve ser discutido no fórum correto, no mais alto nível internacional”.
Nesta semana, a Comissão Europeia apresentou sua nova perspectiva sobre o nexo entre clima e segurança, no qual contesta a geoengenharia como solução para a crise climática. De acordo com o órgão executivo da União Europeia, essas tecnologias não atingem a causa raiz do problema – o aumento das emissões globais de gases de efeito estufa.
“No estado atual de desenvolvimento, uma intervenção deliberada nos sistemas naturais da Terra, como interferências na radiação solar, representa um nível inaceitável de risco para os seres humanos e o meio ambiente”, destacou o documento. “Como precaução, a Comissão apoiará os esforços internacionais para avaliar de forma abrangente os riscos e as incertezas de tais intervenções climáticas e promover discussões sobre uma possível estrutura internacional para sua governança, incluindo pesquisas sobre aspectos relacionados”.
O alerta da Comissão Europeia sobre os riscos da geoengenharia foi destacado por veículos como Bloomberg, Euronews, Financial Times e Reuters, entre outros.
ClimaInfo, 29 de junho de 2023.
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