Recém-chegado à presidência rotativa do Mercosul, o presidente Lula criticou mais uma vez a proposta apresentada pela União Europeia para destravar o acordo comercial entre os dois blocos. Para o brasileiro, a side letter sugerida pelos europeus, com compromissos adicionais na área ambiental, é “inaceitável”.
“Nós queremos discutir o acordo. Agora, não queremos imposição para cima de nós. É um acordo de companheiros, é um acordo de parceiros estratégicos. Então, nada de um parceiro estratégico colocar a espada na cabeça do outro”, disse Lula durante uma live nas redes sociais nesta 3ª feira (4/7).
Um dos problemas assinalados por Lula na proposta da UE está na possibilidade de sanções dos países do Mercosul pelos parceiros europeus em caso de descumprimento de compromissos ambientais internacionais, como as metas de mitigação definidas sob o Acordo de Paris. O presidente vem reiteradamente contestando essa possibilidade, assinalando para a hipocrisia dos países europeus cobrarem do Mercosul algo que não é obrigatório nem sob o próprio Acordo de Paris.
“Você não pode imaginar que um parceiro comercial seu pode impor condições. Acontece que os países ricos não cumprem nenhum dos acordos. Não cumpriram o Protocolo de Quioto, não cumpriram as decisões da Rio[-92] e não vão cumprir a questão do Acordo de Paris”, afirmou Lula.
Já no discurso de abertura da cúpula do Mercosul em Buenos Aires, Lula defendeu que os países do bloco deem uma resposta “rápida e contundente” às condições apresentadas pelos europeus. “O instrumento adicional apresentado pela UE em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções”.
A fala de Lula sobre o acordo comercial Mercosul-UE foi abordada por diversos veículos, com destaques para Agência Brasil, Bandnews, CNN Brasil, Estadão, Folha, g1, O Globo, UOL e Valor.
ClimaInfo, 5 de julho de 2023.
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