A reunião da Organização Marítima Mundial (IMO) sobre a nova estratégia climática para o transporte comercial marítimo, realizada em Londres, deve terminar nesta 6ª feira (7/7) com resultados frustrantes para os pequenos países insulares, especialmente do Pacífico. Por um lado, as metas de redução das emissões de carbono do setor devem aumentar em relação ao cenário atual. Por outro, os novos objetivos ainda serão insuficientes para alinhar o setor à meta de 1,5oC de limite do aquecimento global definida pelo Acordo de Paris.
Segundo o Climate Home, o ponto de contenda está nas metas intermediárias que estão sendo discutidas pela IMO. Pela proposta em negociação, os países deverão concordar com cortes em suas emissões até 2030 e 2040, de forma a viabilizar a neutralidade líquida do setor ao redor de 2050.
No último esboço de texto, os países se comprometeriam a “se esforçar” para cortar em 25% suas emissões do transporte comercial marítimo até 2030 e 75% até 2040 em relação a 2008. Os países insulares, em linha com os objetivos do Acordo de Paris, defendem metas intermediárias mais rígidas, de 36% de redução das emissões até 2030 e 96% até 2040.
O principal obstáculo à ambição nas metas de mitigação do transporte comercial marítimo está nos países em desenvolvimento exportadores, que temem que metas mais ambiciosas de redução de emissões possam afetar negativamente sua competitividade comercial no mercado internacional. Esse é o mesmo argumento levantado por esses governos para contestar a proposta de uma taxa de carbono sobre o transporte de mercadorias por navios mercantes.
Assim, o dia de hoje deve ser movimentado na capital britânica, com ativistas e lobistas da indústria naval mercante pressionando os negociadores e os governos. O resultado desse encontro não é banal: como a CNN explicou, o transporte marítimo internacional é responsável por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa e não está regulado pelo Acordo de Paris. Se não houver uma estratégia de mitigação bem definida e ambiciosa, as emissões do setor podem aumentar 50% até 2050.
“Se eles acertarem, provavelmente será o maior acordo climático do ano, se não da década”, comparou John Maggs, presidente da Clean Shipping Coalition.
ClimaInfo, 7 de julho de 2023.
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