Em meio a recordes de temperatura, EUA e China restabelecem diálogo para ação climática

EUA e China cooperação climática
Valerie Volcovici / Reuters

A ocasião não podia ser mais simbólica: no mesmo dia em que o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, pisou em solo chinês, o país asiático registrou sua mais alta temperatura da história, 52,2oC, na região de Sanbao, na província de Xinjiang, no noroeste chinês.

A visita do ex-secretário de estado do governo Obama à China faz parte do esforço da Casa Branca para retomar a cooperação bilateral na agenda climática, prejudicada pelas tensões geopolíticas que dividiram os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo nos últimos anos. O mesmo sentimento parece motivar o lado chinês da conversa.

De acordo com a Bloomberg, a pretensão do enviado climático de Pequim, Xie Zhenhua, é promover um diálogo “substancial” nesta semana, de forma a contribuir para “melhorar nossas relações bilaterais”. Na mesma linha, Kerry defendeu que os dois países tomem “grandes passos que enviarão um sinal ao mundo” sobre as negociações climáticas internacionais.

Kerry e Xie se encontraram em Pequim nesta 2ª feira (17/7). No domingo, quando o representante norte-americano chegou à China, o país também sofreu com tempestades e chuvas intensas em outros pontos, que causaram inundações e destruição.

O cenário é parecido nos EUA. Enquanto o estado de Vermont ainda se recupera das inundações históricas da semana passada, boa parte do país “assa” sob uma forte onda de calor que também ensaia recordes históricos de temperatura máxima, especialmente na costa oeste.

As conversas entre Kerry e Xie seguem até 4ª feira (19). A expectativa dos dois países é avançar em uma série de questões, incluindo as metas globais para redução das emissões de metano, a revisão dos compromissos nacionais de mitigação sob o Acordo de Paris, e o caminho para o fim do carvão como combustível para geração elétrica – temas que também serão discutidos pelos países da ONU na COP28 de Dubai, no final do ano.

AFP, Financial Times, Guardian, NY Times, O Globo, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post, entre outros veículos, abordaram a visita de Kerry à China.

ClimaInfo, 18 de julho de 2023.

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