China se prepara para o tufão Talim, enquanto Índia e Coreia buscam por desaparecidos em enchentes

tufão Talim China
Wikimedia Commons

Não bastasse as tempestades torrenciais que vêm atingindo a Ásia, com as monções de verão agravadas pela crise climática e pelo El Niño, chegou a vez dos tufões. Na China, o tufão Talim atingiu províncias do sul do país na 3ª feira (18/7), derrubando árvores e placas antes de perder força.

Talim pousou na cidade costeira de Beihai, na província de Guangxi, no final da madrugada, com ventos de 90 km/h, informa a AP. Árvores caíram sobre veículos em movimento e uma baleia foi levada à praia. Nas mídias sociais chinesas, vídeos mostraram pedestres caindo e lutando contra o vento, estradas inundadas e curiosos se reunindo em torno da baleia encalhada no escuro, segundo a Reuters. O tufão deslocou 230.000 pessoas, completa a BBC.

Na Índia, o rio Yamuna, que já inundou a capital, Nova Deli, cobriu as paredes do icônico Taj Mahal, em Agra, no estado de Uttar Pradesh, causando preocupação com os danos ao monumento. O nível do Yamuna aumentou nos últimos dias após fortes chuvas no norte indiano. O curso d’água recebeu 108% de sua precipitação normal desde o início da temporada de monções, de acordo com a Reuters.

No estado indiano de Assam, enchentes repentinas mataram pelo menos oito pessoas e deslocaram mais de 115 mil, depois que o rio Brahmaputra transbordou, relata a Reuters. A água engolfou quase 450 aldeias em 17 distritos no estado montanhoso no nordeste da Índia, inundando também grandes áreas de santuários de vida selvagem.

Já na Coreia do Sul, equipes de resgate procuravam por nove pessoas desaparecidas em deslizamentos de terra e outros incidentes causados ​​por mais de uma semana de chuvas torrenciais no país, segundo a AP. As tempestades deixaram 41 mortos e 35 feridos, forçaram a evacuação de quase 13.000 pessoas e deixaram cerca de 28.600 residências sem energia elétrica, relatam Reuters e Washington Post.

A devastação levou o presidente do país, Yoon Suk Yeol, a alertar que a crise climática tornou o clima extremo um fato da vida, segundo o Guardian. “Esse tipo de evento climático extremo se tornará comum… devemos aceitar que a mudança climática está acontecendo e lidar com ela”, disse Yoon, enquanto se preparava para visitar a província de Gyeongsang do Norte, atingida pelas enchentes.

Em tempo: Duas das maiores metrópoles asiáticas sofrem com o calor extremo. Em Pequim, na China, a 3ª feira (18) marcou o 27º dia consecutivo com temperatura máxima acima do normal, um recorde histórico. Os termômetros chegaram a registrar 35,1oC na capital chinesa, de acordo com a Reuters. Já em Tóquio, as máximas atingiram 36,2oC um dia antes, segundo a Bloomberg, cerca de 7 graus centígrados acima da média da temporada. Em Kiryu, ao norte da capital japonesa, os termômetros chegaram a 39,7oC no fim de semana.

ClimaInfo, 19 de julho de 2023.

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