Governo ajusta “Combustível do Futuro” para enviar projeto ao Congresso

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Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, acertaram os últimos detalhes do programa “Combustível do Futuro”, que vai estabelecer metas e compromissos de redução das emissões do setor de transportes. A proposta será ajustada para ser enviada ao Congresso como projeto de lei.

Segundo o Valor, a ideia central do programa é integrar os compromissos de descarbonização dos programas RenovaBio e Rota 2030. Entre as medidas estão a elevação para até 30% da mistura de etanol à gasolina e metas para a oferta de diesel “verde” e para a redução de emissões das companhias aéreas entre 2027 e 2037.

Haddad sugeriu um ajuste na política para o diesel “verde”, relata o Valor. O texto estabelecia uma escala de metas para a participação desse combustível no total de diesel vendido no país, começando com 1% em 2027 e chegando a 3% em 2037. Contudo, o ministro prefere que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) defina o percentual a cada ano, obedecendo ao mesmo intervalo. A variação dependeria de condições de produção e também da existência ou não de um mercado para a exportação do diesel “verde”.

Em encontro com representantes do setor sucroenergético paulista, Alckmin defendeu a elevação do teor de etanol na gasolina, de 27,5% para 30%, uma demanda antiga do setor. Outro assunto da reunião, segundo o Estadão, foi a elevação do mandato do biodiesel, misturado ao diesel fóssil, hoje em 12%.

Valor, Poder 360 e Correio Braziliense também trataram do “Combustível do Futuro”.

Em tempo: Um estudo da WWF-Brasil sobre a produção de hidrogênio verde (H2V) no Brasil aponta que a eletrólise com energia eólica tem o menor custo (US$ 5,93/kg), seguida pela reforma de etanol (US$ 7,39/ kg). A eletrólise com energia solar é a mais cara, com US$ 9,52/kg, destaca a epbr. O cálculo inclui investimentos, custos fixos e variáveis, despesas com a aquisição de combustível (no caso da reforma do etanol) e margem de lucro, utilizando valores do mercado nacional. A ordem se mantém quanto às emissões: a produção de H2V a partir da eletrólise com eólica gera 1,8 kg de CO2 por kg do combustível; a reforma com etanol, 2,3 kg CO2 por kg; e a eletrólise com energia solar, cerca de 3,3 kg CO2 por kg de hidrogênio.

ClimaInfo, 20 de julho de 2023.

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