Queimadas caem no país no 1º semestre, mas sobem na Amazônia, mostra MapBiomas

queimadas Amazônia 2023
Bruno Kelly / Amazônia Real / Wikimedia Commons

De janeiro a junho 2,149 milhões de hectares foram queimados em todo o Brasil, uma área equivalente ao território de Sergipe. O número é 1% menor que o registrado em igual período de 2022. Na Amazônia, porém, o cenário foi inverso. Lá a área queimada aumentou em 14% em relação ao no 1º semestre do ano passado, totalizando 1,45 milhão de ha.

Os números são do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Somente em junho, o relatório mostra que as queimadas consumiram 543 mil ha no país. Foi o maior volume mensal dos primeiros seis meses de 2023 e três vezes mais do que o registrado em maio, quando o fogo atingiu 179 mil ha.

A maior parte das queimadas em todo o país nos primeiros seis meses de 2023 ocorreu em áreas de vegetação nativa: 84%. Dentre os tipos de uso da terra, as pastagens se destacaram, representando 8,5% da área queimada, informa ((o))eco.

Quase metade da área queimada no período está concentrada em um único estado da Amazônia: Roraima. Foram 1 milhão de ha entre janeiro e junho – 49% do total. Mato Grosso e Tocantins vêm em seguida, com 258 mil ha e 254 mil ha, respectivamente. Juntos, esses três estados respondem por 82% da área queimada total, destaca a CNN.

Depois da Amazônia, o maior número de queimadas no semestre foi registrado no Cerrado, com 639 mil ha – 30% do total de área queimada em todo o país. Segundo a Agência Brasil, o bioma também registrou aumento, de 2%, na comparação anual. A área está dentro da média dos últimos anos, na avaliação do MapBiomas, mas a situação pode se agravar nos próximos meses, tanto pelo início do período seco como pela incidência do El Niño, fenômeno que também traz preocupação para a Amazônia.

“A área queimada no Cerrado está dentro da média dos últimos anos, com destaque para ações de queimas prescritas, realizadas nesse período como parte da estratégia de prevenção de incêndios florestais do MIF (Manejo Integrado do Fogo). Porém, a área queimada em junho foi maior do que nos meses anteriores, porque o período de seca no bioma está só começando. A situação pode se agravar ainda mais com a chegada do El Niño”, diz a coordenadora operacional do MapBiomas Fogo, Vera Arruda.

Já na Mata Atlântica (10.220 ha) e no Pantanal (13.000 ha), a área queimada no primeiro semestre de 2023 foi a menor dos últimos cinco anos. A tendência de queda também foi observada na Caatinga, que fechou o período com 818 ha queimados. No Pampa, as queimadas consumiram 7 mil ha, informa a Veja.

Os dados sobre queimadas no 1º semestre ainda foram noticiados por Nexo, MoneyTimes e Portal Amazônia

Em tempo: O racismo deveria chocar a todos, e ainda mais os representantes dos poderes públicos, que têm a obrigação legal de combatê-lo. Mas a regra não vale para o governo do Distrito Federal (GDF), que associou o cabelo “black power” a queimadas, numa campanha contra o fogo. O deputado distrital Max Maciel (PSOL), integrante da Comissão de Direitos Humanos do legislativo local, denunciou a peça publicitária ao Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR), e o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) também apura o caso, relata a CNN. “O cabelo ‘black power’ não é apenas um penteado, mas uma marca de valorização identitária e de resistência ao racismo, que ainda não é aceito em vários espaços e alvo de discriminação”, escreveu Maciel nos documentos da representação.

ClimaInfo, 27 de julho de 2023.

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