Desmatamento piora qualidade de vida e atrasa cidades amazônicas, mostra estudo

Índice de Progresso Social Amazônia
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Desmatar faz mal à biodiversidade, ao clima e também às pessoas. É o que comprova o Índice de Progresso Social (IPS) 2023, elaborado pelo Imazon. Segundo o trabalho, os municípios da Amazônia com mais desmatamento nos últimos três anos apresentaram também os piores indicadores de qualidade de vida.

A violência e o desmatamento emperram o progresso social na região e deixam os mais jovens vulneráveis ao recrutamento pelo crime organizado, por falta de oportunidade de emprego e melhoria de vida, relata O Globo. Não à toa, em 2023, o IPS médio da Amazônia foi de 54,32, bem abaixo da média do país, de 67,94. Nos 20 municípios que destruíram as maiores áreas de floresta, a nota foi ainda menor, de 52,30.

“Na última década, a Amazônia acentuou uma tempestade de problemas. A região tem se caracterizado pela ocupação baseada na ilegalidade e na economia informal, que criam um ambiente de negócios difícil. É o chamado ‘custo Amazônia’, que afasta os investidores. Eles temem a concorrência com os ilegais e ter a imagem associada ao desmatamento”, explica Beto Veríssimo, pesquisador sênior e cofundador do Imazon.

O Valor mostra que os 29 territórios amazônicos com as notas mais altas no IPS apresentaram desmate médio de 20 km² entre 2020 e 2022, com base nos dados do PRODES, do INPE. Já as 89 cidades com as avaliações mais baixas, com menos de 50,12, derrubaram cerca de 86 km² no período – quatro vezes mais.

“Isso mostra mais uma vez que a expansão da derrubada não gerou desenvolvimento na Amazônia. Pelo contrário, deixou os 27 milhões de habitantes da região sob condições sociais precárias”, declara Veríssimo.

Um exemplo claro disso, citado pelo Imazon é que, em 2020, a Amazônia foi responsável por 52% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, mas contribuiu com apenas 9% do PIB, informa o Poder 360. “As curvas de crescimento econômico e desmatamento estão dissociadas. No período de maior queda na taxa de derrubada, entre 2004 e 2012, a economia da Amazônia cresceu. E o contrário ocorreu de 2017 a 2022, quando a destruição aumentou e a economia esteve em baixa”, pontua o pesquisador.

O levantamento analisou 47 indicadores de qualidade de vida de áreas como saúde, educação, segurança e moradia, detalham Metrópoles e Um só planeta. O IPS leva em consideração o desenvolvimento social de determinadas áreas, com o intuito de alcançar as necessidades humanas básicas de seus cidadãos.

ClimaInfo, 28 de julho de 2023.

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