Mais de 3.500 crianças morreram no governo Bolsonaro; 800 adultos foram assassinados

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Óscar González / Cimi

A tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami é o exemplo mais escancarado do abandono dos Povos Indígenas promovido pelo governo do inominável. Mas o descaso genocida foi muito maior, como mostra o novo relatório anual Violência Contra os Povos Indígenas, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Entre 2019 e 2022, 3.552 crianças indígenas de 0 a 4 anos morreram – um aumento de 35% em relação aos quatro anos anteriores. Foram pelo menos 1.504 óbitos por causas evitáveis. Segundo os dados da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), somente em 2022, 835 crianças indígenas desta faixa etária morreram, detalham Carta Capital, UOL e Brasil de Fato.

Os estados com mais mortes infantis estão na Amazônia Legal. Foram 2.958 óbitos (83% do total de 0 a 4 anos) na região. Amazonas, Mato Grosso e Roraima registraram, juntos, 59,3% do total de mortes nos quatro anos passados. E 17,5% de todos os óbitos ocorreram na TI Yanomami: 621 casos.

Além das mortes infantis, houve 795 assassinatos de indígenas durante o governo Bolsonaro, informam Agência Pública, Congresso em Foco, Correio Braziliense, DW, Colabora, Agência Brasil e Metrópoles. Só no ano passado, foram 180 indígenas mortos em situações de violência.

Em Roraima e Amazonas houve 208 e 163 assassinatos de indígenas no período, respectivamente. Em terceiro lugar no ranking de mortes violentas contra indígenas aparece Mato Grosso do Sul, com 146 casos. Juntos, os três estados foram responsáveis por 65% dos assassinatos no período.

O CIMI também observou o crescimento da violência patrimonial ao longo desses anos, principalmente na forma das invasões às Terras Indígenas, constantemente ameaçadas pela grilagem e pelo garimpo ilegal. Vale lembrar também que nenhum centímetro de TI foi demarcado no (des)governo passado.

Especificamente em 2022, houve 467 casos de violência contra o patrimônio, informa o UOL. Foram 158 casos de conflitos territoriais e 309 registros de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio – em ambos, os números registrados no ano passado foram recorde.

ClimaInfo, 28 de julho de 2023.

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