Cúpula da Amazônia deve mirar combate ao “narcodesmatamento”

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UNOCD

A relação entre crimes ambientais e o narcotráfico será um dos focos da Cúpula da Amazônia, que reunirá governantes da região na próxima semana em Belém (PA).

A Reuters destacou a preocupação de autoridades dos países amazônicos com o crime organizado na floresta. Nos últimos anos, o tráfico internacional de drogas se aproveitou da baixa atuação do poder público para diversificar suas atividades criminosas, que incluem também grilagem de terras, retirada ilegal de madeira e minérios, caça e pesca ilegais, entre outros.

Essas relações ganharam destaque no ano passado depois dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips no Vale do Javari (AM), cometidos por pescadores ilegais sob ordens de um suspeito de tráfico de drogas. Um relatório recente da ONU destacou o “narcodesmatamento” como uma das ameaças mais sérias à floresta e aos seus Povos Tradicionais.

Com o crime organizado mais presente e forte na região, os números da segurança pública registraram uma piora acentuada nos últimos anos. A CNN Brasil lembrou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que indicam um crescimento de 35,2% da população prisional nos estados da Amazônia Legal entre 2016 e 2022, bem acima da alta de 14,1% observada em todo o Brasil. Esse aumento, somado à falência do sistema prisional brasileiro, serviu aos interesses de facções criminosas famosas, que ganharam terreno nos presídios amazônicos.

“Nós vamos fazer um grande debate e vamos tentar convencer nossos parceiros de que precisamos trabalhar de forma unida, de forma coesa, para combater o crime organizado, o narcotráfico e cuidar do nosso povo que mora na floresta”, disse o presidente Lula nesta 5ª feira (3/8) em entrevista para rádios amazônicas, citado pelo SBT.

Além do combate ao desmatamento e ao crime organizado, a Cúpula de Belém também deve discutir pontos políticos na agenda entre os chefes de governo dos países amazônicos. Uma das propostas é a criação de um parlamento regional com representantes de Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O g1 deu mais detalhes sobre a proposta.

ClimaInfo, 4 de agosto de 2023.

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