PF faz operação contra suspeito de ser o maior devastador da Amazônia

maior devastador da Amazônia
Divulgação / Polícia Federal

O pecuarista Bruno Heller desmatou mais de 6 mil hectares de floresta e pode ter se apossado de 21 mil hectares de terras da União.

Segundo a Polícia Federal, Heller é o maior devastador da Floresta Amazônica já identificado, relata o UOL. A área desmatada pelo grupo do grileiro equivale a 6.000 campos de futebol – ou quatro vezes a área de Fernando de Noronha. 

Heller foi preso em Novo Progresso, no sudoeste do Pará, com uma arma irregular, 350 gramas de ouro e R$ 125 mil, entre reais, dólares e euros. Parte da quantia estava escondida no fundo falso de um armário, detalha o Metrópoles. O grileiro foi conduzido ao sistema prisional em Itaituba (PA).

A Justiça determinou o bloqueio de 16 fazendas, 10 mil cabeças de gado e R$ 116 milhões pertencentes ao grupo criminoso do qual Heller é apontado como chefe, informa o g1. O grileiro foi o principal alvo da Operação Retomada, deflagrada pela PF na 5ª feira (3/8). Também houve ações em Sinop (MT).

As investigações da Polícia Federal apontam que o grupo liderado por Heller registra terras em nome de terceiros, de forma fraudulenta, no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Os registros são feitos principalmente em nome de parentes. Em seguida, eles desmatam as áreas e as usam para criar gado. Os registros em nome de terceiros fazem com que os criminosos se sintam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos.

Segundo a PF, o grileiro já recebeu 11 autuações e 6 embargos do IBAMA por irregularidades. Perícias indicam que suas atividades causaram danos ambientais também na Terra Indígena Baú, no Pará, de acordo com a CNN.

A Revista Fórum ainda apresenta um fato “surpreendente” (#sqn) sobre o grileiro Bruno Heller: ele é apoiador do inominável e atuou na arrecadação de dinheiro para a campanha do ex-presidente em 2022 entre empresários de Novo Progresso. Foi de Novo Progresso que saiu o chamado do “Dia do Fogo”, movimento realizado por ruralistas em agosto de 2019 que promoveu incêndios em várias áreas da Floresta Amazônica.

Estadão, O Globo, Folha, Brasil 247, Carta Capital, Correio Braziliense e g1 noticiaram a prisão de Bruno Heller, o maior devastador da Amazônia.

Em tempo: No Mato Grosso do Sul, o IBAMA aplicou R$ 594,3 mil em multas por desmatamento ilegal da Mata Atlântica a quatro produtores rurais. Além disso, o órgão ambiental também apreendeu 4,3 mil sacas de milho de lavouras cultivadas em áreas desmatadas irregularmente, informa o g1. Foram fiscalizadas 12 propriedades rurais que já haviam sido autuadas pelo mesmo crime ambiental entre 2018 e 2022.

ClimaInfo, 4 de agosto de 2023.

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