Clima extremo já causou prejuízo global de US$ 50 bilhões em 2023

Crise climática custos
Barroa / Pixabay

As tempestades severas representam até 70% de todas as perdas seguradas por catástrofes naturais nos primeiros seis meses de 2023, estima o Swiss Re Institute.

A análise divulgada nesta 4ª feira mostrou que os episódios climáticos extremos registrados no 1º semestre de 2023 representam a maior parte dos danos segurados decorrentes de desastres naturais. De acordo com a entidade, ligada à seguradora Swiss Re, as perdas seguradas por catástrofes naturais atingiram US$ 50 bilhões nos seis primeiros meses de 2023, o que representa um aumento de US$ 2 bi em relação ao mesmo período no ano passado. Desde 2011, esta é a 2ª maior cifra em termos de perdas.

Os Estados Unidos concentraram a maior parte das perdas registradas por desastres naturais neste ano. Uma série de fortes tempestades provocou perdas seguradas de US$ 34 bilhões no primeiro semestre de 2023, as maiores em um período de seis meses. Dez eventos causaram perdas de US$ 1 bilhão ou mais cada, em comparação com uma média anual de seis eventos nos dez anos anteriores. O estado mais afetado foi o Texas.

Em todo o mundo, tempestades convectivas severas – associadas a trovões, raios, chuva forte, granizo, vento forte e mudanças bruscas de temperatura – causaram US$ 35 bilhões em perdas seguradas. O dado impressiona: as perdas registradas somente nesses seis meses iniciais de 2023 são quase duas vezes maiores para o período semestral do que a média anual dos últimos dez anos (US$ 18,4 bilhões).

A análise também destacou o caso da Nova Zelândia, atingida por dois eventos climáticos severos em apenas duas semanas no começo do ano. As inundações registradas na maior cidade do país, Auckland, e a passagem do ciclone Gabrielle, se tornaram os dois sinistros segurados relacionados ao clima mais caros da história neozelandesa desde 1970, com perdas combinadas de cerca de US$ 2,3 bilhões.

“Com tempestades severas como o principal fator para perdas seguradas acima da média no primeiro semestre de 2023, esse risco secundário torna-se um dos principais impulsionadores globais de perdas seguradas”, afirmou Martin Bertogg, da Swiss Re. “As perdas médias reafirmam uma tendência de crescimento anual de 5% a 7% em perdas seguradas, impulsionadas por um clima mais quente, mas ainda mais, por valores econômicos em rápido crescimento em ambientes urbanizados, globalmente”.

Bloomberg, Financial Times e Reuters deram mais informações sobre a análise.

 

ClimaInfo, 10 de agosto de 2023.

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