Biden anuncia US$ 1,2 bilhão para projetos de captura direta e armazenamento de carbono dos EUA

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Segundo o governo dos EUA, é o maior investimento já feito na tecnologia, que visa combater o aquecimento global, mas que é criticada por especialistas.

O governo dos Estados Unidos selecionou os primeiros projetos que propõem a captura direta de carbono da atmosfera (DAC) e seu armazenamento para investimentos de um fundo de US$ 3,5 bilhões dedicado à tecnologia. Propostas de uma subsidiária da Occidental Petroleum Corp. para Kleberg County, Texas, e da Climeworks AG, Battelle Memorial Institute e Heirloom Carbon Technologies, Inc. para a Calcasieu Parish, Louisiana, foram selecionados para a primeira parcela de financiamento, de até US$ 1,2 bilhão, informou o Departamento de Energia (DOE, na sigla em inglês).

Quando estiverem operacionais, os hubs deverão remover mais de 2 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano da atmosfera, o equivalente a tirar quase meio milhão de carros a gasolina das estradas, segundo as expectativas. Projetos adicionais devem ser anunciados no próximo ano, relata a Bloomberg.

Alguns cientistas dizem que a tecnologia de captura e armazenamento de carbono pode ser um avanço na luta contra o aquecimento global. É um discurso reforçado por petroleiras, ávidas em manter a produção de combustíveis fósseis ao invés de cortar sua produção de energia suja, a principal causa do aquecimento global e das mudanças climáticas. Entretanto, mostra o New York Times, outros especialistas apontam que a inovação nada mais é do que um exagero extravagante.

Em uma palestra TED no mês passado, o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, fez uma crítica contundente à tecnologia, chamando seu uso de “risco moral” que permitiria aos produtores de combustíveis fósseis continuar a poluir. “É útil dar-lhes uma desculpa para nunca pararem com o petróleo. Isso lhes dá licença para continuar produzindo mais e mais petróleo e gás”, disse.

Gore observou que o custo atual da DAC é extraordinariamente alto e que o processo exige tanta energia que faria mais sentido prevenir as emissões de carbono do que tentar limpá-las depois do fato. Já as petroleiras (surpresa!) dizem que os custos vão cair e que os processos vão melhorar nos próximos anos.

Segundo a CNN, ainda não está claro o que será feito com o carbono depois de extraído. Entretanto, segundo o DOE, nenhum dos hubs usará o CO2 capturado para recuperação aprimorada de petróleo – método em que o carbono é injetado no solo para liberar mais petróleo, o que é feito pela Petrobras e outras companhias de petróleo em todo o mundo. A conferir.

Financial Times, AP, Reuters, Washington Post, Inside Climate News e Folha noticiaram os projetos DAC contratados pelo governo dos EUA.

 

ClimaInfo, 14 de agosto de 2023.

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