
Um novo estudo de cientistas chineses e britânicos apresentou evidências que correlacionam o aumento da poluição do ar à maior resistência de bactérias a remédios antibióticos.
Publicado na revista Lancet Planetary Health, o estudo descobriu “correlações significativas” em todo o mundo entre a concentração de material particulado MP2,5, liberado a partir da queima de combustíveis fósseis, e uma maior resistência de microrganismos a antibióticos. A análise utilizou dados referentes a um período de 2000 a 2018 anos em 116 países.
De acordo com os autores, a comparação dos dados sobre poluição atmosférica e resistência a antibióticos mostram uma correlação entre os dois problemas que aumenta a um “ritmo acelerado”, o que aumenta a preocupação sobre as chamadas superbactérias, mais resistentes aos remédios atuais e que podem tornar o tratamento de infecções e doenças ainda mais desafiador.
Há anos, pesquisadores alertam para o surgimento das superbactérias, mas a principal hipótese para esse fenômeno era de que o uso excessivo e indevido de antibióticos estaria facilitando a adaptação desses microrganismos. O novo estudo, elaborado por pesquisadores das universidades de Zhejiang (China) e Cambridge (Reino Unido), é o primeiro a abordar a hipótese dos efeitos da poluição.
“A poluição tem um efeito enorme na saúde humana, mesmo sem considerar a resistência a antibióticos. Essa correlação oferece outro incentivo para combater a poluição”, assinalou Mark A. Holmes, professor da Unidade de Cambridge, ao Washington Post.
O estudo foi repercutido por diversos veículos, como CNN, Euronews, Financial Times, Guardian e POLITICO.
ClimaInfo, 15 de agosto de 2023.
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