Para Lula, documento da Cúpula da Amazônia é “ponto de partida”

15 de agosto de 2023

Presidente reage a críticas por resultados tímidos da Cúpula de Belém, enquanto embaixador minimiza divergências entre Brasil e Colômbia sobre exploração de petróleo na Amazônia.

Os resultados finais da Cúpula de Belém frustraram aqueles que esperavam por decisões substanciais e urgentes para o combate ao desmatamento e o fim da exploração de petróleo e gás na Amazônia. As críticas chegaram aos ouvidos do presidente Lula, anfitrião do evento, que reagiu classificando o encontro como um “passo a mais” para a proteção da floresta e a promoção do desenvolvimento sustentável.

“Proteger a floresta é realmente um desafio imenso. A Cúpula da Amazônia reuniu países da região de forma inédita para isso. Foi um passo a mais em uma trajetória para transformar a região com um modelo que combina desenvolvimento sustentável e preservação ambiental”, argumentou Lula em post no falecido Twitter, em resposta às críticas do ator Mark Ruffalo.

Além de lembrar a redução substancial do desmatamento no 1º semestre deste ano, Lula também defendeu que a Declaração de Belém estabelece as bases para que os países amazônicos consigam construir “um consenso em torno da proteção da Amazônia”. Agência Brasil, CartaCapital, Correio Braziliense, Folha, Metrópoles e UOL, entre outros, repercutiram a resposta de Lula.

Além de defender os resultados da Cúpula, Lula também voltou a criticar a falta de vontade dos países desenvolvidos de fornecer os recursos financeiros necessários para a ação climática e a proteção ambiental nos países em desenvolvimento. De acordo com o presidente, a demanda não é um “favor” prestado pelos governos ricos aos pobres, mas sim uma “dívida” com toda a humanidade. “Não queremos ‘ajuda’, queremos um pagamento efetivo. É como se tivessem pagando uma coisa que devem à humanidade, a gente preservar as atuais florestais”, disse.

O presidente afirmou também que o financiamento internacional para o clima será uma demanda concertada das nações amazônicas e florestais para a Conferência do Clima de Dubai, a COP28. “Temos condições de chegar ao mundo lá nos Emirados Árabes e dizer o seguinte: ‘a situação é essa, queremos essa contribuição de vocês e isso não é um favor, é pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra’”. Agência Brasil e g1 deram mais informações.

Enquanto isso, em entrevista a’O Globo, o embaixador da Colômbia no Brasil, Guillermo Rivera, colocou panos quentes sobre possíveis divergências entre Lula e seu colega colombiano, Gustavo Petro. Na Cúpula, os dois líderes ficaram de lados diferentes na questão da exploração de petróleo e gás na Amazônia: Petro defendeu o veto a novos projetos de combustíveis fósseis na região, o que foi rejeitado por Lula e outros presidentes amazônicos.

“Não existe frustração, pois a declaração final inclui um parágrafo no qual os países da região se comprometem a iniciar um diálogo para definir, no futuro, o que fazer sobre novas explorações de hidrocarbonetos e minerais”, disse Rivera.

 

ClimaInfo, 15 de agosto de 2023.

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