Calor intenso, ar seco e ventos fortes empurram chamas para próximo de vilarejos e comunidades no norte do Canadá e nas Ilhas Canárias, na Espanha.
O verão de recordes de calor e incêndios no Hemisfério Norte segue inclemente. Milhares de pessoas foram forçadas a deixar suas casas no norte do Canadá e na região de Tenerife, nas Ilhas Canárias, por conta da intensificação dos incêndios florestais que afligem essas regiões.
Em Tenerife, mais de 7,5 mil pessoas foram evacuadas por conta do pior incêndio das últimas quatro décadas nas Ilhas Canárias. As chamas se aproximam perigosamente da capital, Santa Cruz. O presidente regional das Canárias, Fernando Clavijo, disse que mais de 250 bombeiros, além de equipes militares de emergência e 17 aeronaves, estavam trabalhando na contenção do fogo.
O incêndio começou na última 3ª feira (15/8) no noroeste da ilha; ontem (17), o perímetro da área afetada já era de 32 km. Além do fogo, as cinzas quentes também preocupam, já que elas podem gerar novos focos de incêndio em outras partes da ilha. “A decisão [de evacuação] foi tomada porque as cinzas e o vento estão causando pequenos incêndios em diferentes áreas”, justificou Clavijo, citado pelo Guardian. Associated Press, BBC, Bloomberg, Euronews, Independent e Reuters também abordaram a situação nas Canárias.
Os incêndios florestais também causaram a retirada forçada de milhares de pessoas em Yellowknife, capital dos Territórios do Noroeste do Canadá. As autoridades locais determinaram aos cerca de 20 mil moradores que deixem suas casas até as 12h desta 6ª feira (18/8).
O principal foco está localizado a cerca de 16 km ao norte de Yellowknife. Mesmo com a expectativa de chuva nos próximos dias, o governo local não quer depender da sorte para evitar o pior para sua população. Se não houver chuva, o fogo pode chegar à cidade neste final de semana.
O Canadá vive um ano particularmente destrutivo com incêndios florestais. Mais de 5,7 mil focos foram registrados em 2023 (dos quais 1.053 estavam ativos ontem), incinerando mais de 137 mil km2. Somente nos Territórios do Noroeste, 268 incêndios queimaram mais de 21 mil km2 de terreno. A notícia foi destacada por Associated Press, Bloomberg e Reuters.
Em tempo: O governo do Havaí virou alvo de críticas nesta 5ª feira por não ter utilizado o sistema de sirenes na ilha de Maui para alertar a população sobre a gravidade do incêndio florestal que consumiu a cidade de Lahaina na semana passada. Herman Andaya, chefe da Agência de Gerenciamento de Emergências do Condado de Maui, justificou dizendo que o sistema serviria apenas para alertas sobre tsunamis e que não seria eficiente para afastar as pessoas das áreas de maior risco de incêndio. O número de mortos subiu para 110 pessoas, com mais de mil pessoas ainda desaparecidas. Bloomberg e Reuters deram mais informações.
ClimaInfo, 18 de agosto de 2023.
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