Dominada pela energia solar, geração distribuída já é a 3ª maior fonte de produção elétrica do país

energia solar
Soninha Vill / GIZ

A produção de eletricidade pelos próprios consumidores alcançou 23 GW de capacidade em agosto, segundo ANEEL, o que representa 11% da potência instalada no país.

A produção de energia elétrica pelos próprios consumidores, por meio da geração distribuída (GD), alcançou 23 gigawatts (GW) de capacidade instalada em agosto, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Majoritariamente utilizando painéis solares, esses consumidores reúnem 11% de toda a geração do país, que soma 210,7 GW.

Com incentivo financeiro à disposição, a GD, dominada pela fonte solar, assumiu o posto de terceira maior fonte de geração do país, atrás das hidrelétricas, com 52%, e da geração eólica, com 13%. O ganho de escala da produção própria de energia supera o ritmo de crescimento das fontes renováveis sob o modelo de geração centralizada, contratada pelo governo em leilões, explica o Valor.

Segundo mapeamento da ABSOLAR, o Brasil possui cerca de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos, informa o Monitor Mercantil. Desde 2012, a fonte solar gerou cerca de R$ 115,8 bilhões em novos investimentos e mais de 690 mil empregos acumulados no período, em todas as regiões do Brasil, com uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 30,2 bilhões.

Um exemplo de GD solar vem do Conjunto Habitacional Paulo Freire, no bairro Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, onde 100 famílias estão sendo beneficiadas com a instalação de 38 placas fotovoltaicas para uso comum, segundo a Agência Brasil. A instalação foi feita por uma parceria do Conselho de Arquitetura e Urbanismo e o Instituto Pólis. Mais do que gerar eletricidade, o projeto busca estimular a autogestão dos moradores sobre a energia gerada.

E uma iniciativa em nível mundial do Google pode acelerar ainda mais a expansão da fonte solar. O Google Maps terá o Solar API, modelo de IA treinado para obter informações sobre o potencial solar no topo de edifícios e construções com o uso de imagens aéreas e mapeamento da geometria dos tetos. O modelo considera ainda padrões climáticos da região e a presença de árvores e sombras. Com isso, uma empresa de instalação de painéis solares pode saber o potencial de um local para gerar energia solar sem precisar visitar a área, destaca o Canaltech.

 

ClimaInfo, 30 de agosto de 2023.

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