Milhares de pessoas foram às ruas em Nova York neste domingo (17/9) para cobrar dos líderes políticos internacionais mais ambição contra a atual crise climática.
A Semana do Clima de Nova York, evento que faz parte do calendário da Assembleia Geral da ONU, começou quente no último domingo, com dezenas de milhares de pessoas tomando as ruas da cidade para cobrar o fim dos combustíveis fósseis e mais ambição dos líderes políticos.
A participação pública surpreendeu os organizadores. De acordo com o NY Times, a marcha climática foi o maior evento de massa nas ruas de Nova York desde a pandemia de COVID-19. Os manifestantes levaram faixas e cartazes com as mais variadas mensagens, mas o grito de guerra mais ouvido foi inequívoco: o fim da queima de combustíveis fósseis.
Outro alvo das manifestações foi o presidente dos EUA Joe Biden. Mesmo com as medidas climáticas tomadas pela Casa Branca nos últimos anos, muitos ativistas seguem irritados com as permissões dadas a novos projetos de exploração de combustíveis fósseis, inclusive em Áreas Protegidas. Essa irritação pode atrapalhar os planos eleitorais de Biden, que se prepara para concorrer à reeleição no ano que vem.
Os protestos devem seguir ao longo da semana em Nova York, à medida que os chefes de governo chegam à cidade para participar da Assembleia Geral da ONU. Para grupos ativistas, o evento é o começo de um movimento global para pressionar esses líderes por mais ambição climática até a Conferência de Dubai (COP28), no final do ano.
O fim dos combustíveis fósseis é um dos “nós cegos” das negociações climáticas da ONU. No ano passado, os países produtores de petróleo conseguiram barrar, na COP27 de Sharm el-Sheikh, no Egito, uma declaração que defendia o abandono da energia fóssil nas próximas décadas. Desde então, nem G7 nem G20 conseguiram destravar essa discussão e a expectativa é de que a Assembleia Geral também não avance nessa questão.
As manifestações em NY tiveram ampla repercussão na imprensa, com destaques na Associated Press, Bloomberg, Financial Times, Guardian e Reuters, além de Um Só Planeta.
ClimaInfo, 19 de setembro de 2023.
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