Governo mantém a base de cálculo da NDC de Bolsonaro, mas eleva percentual e volume absoluto de emissões a serem reduzidas pelo país até 2030.
A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, confirmou nesta 4a feira (20/9) a correção da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil ao Acordo de Paris. A mudança desfaz a “pedalada climática” feita pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020, e retoma o nível de ambição da versão original do compromisso proposto em 2015.
A nova versão da NDC brasileira manteve a base de cálculo aplicada pela gestão Bolsonaro, a partir do 3o Inventário Nacional de Emissões, mas elevou a projeção de redução das emissões de 37% para 48% em 2025 e de 50% para 53% em 2030 na comparação com os níveis de 2005.
“Vamos retomar o nível de ambição que apresentamos originalmente na COP21 [Paris, 2015] e que tinha sido alterado no governo anterior”, disse Marina durante a Cúpula de Ação Climática da ONU, que acontece em paralelo à Assembleia Geral em Nova York (EUA). A ministra representou o presidente Lula, que teve uma reunião bilateral com o presidente dos EUA, Joe Biden, no mesmo horário.
A correção da NDC brasileira era esperada desde a posse de Lula no começo do ano. A retomada do nível original de ambição dos compromissos do Brasil junto ao Acordo de Paris é uma sinalização positiva, mas é insuficiente para que o país se coloque efetivamente como uma liderança climática global.
“Embora acabar com o desmatamento seja um passo crucial para enfrentar esse desafio, o Brasil deve ir além. Um compromisso genuíno com o combate à crise climática não pode coexistir com políticas que incentivem novas explorações de petróleo, especialmente em áreas ambientalmente sensíveis como a foz do rio Amazonas”, comentou Carolina Pasquali, diretora-executiva do Greenpeace Brasil.
O Globo e Valor repercutiram o anúncio da revisão da NDC brasileira.
ClimaInfo, 21 de setembro de 2023.
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