Indicado para liderança climática da UE propõe meta de redução de 90% das emissões para 2040

UE meta redução emissões
Flickr European Parliament

Nomes indicados pela Comissão Europeia para chefiar a política climática do bloco prometem não recuar em compromissos net-zero, mas o Parlamento Europeu atrasa sua aprovação.

O Parlamento Europeu realizou duas audiências na 2ª e na 3ª feira (2 e 3/10) para ouvir os nomes indicados pela Comissão Europeia para liderar os esforços climáticos da União Europeia nos próximos anos. O vice-presidente executivo da CE, Maros Sefcovic, indicado para chefiar o Green Deal, e o ex-ministro do exterior dos Países Baixos, Wopke Hoekstra, designado para ser o negociador-chefe da UE nas negociações climáticas, prometeram que não vão recuar dos compromissos assumidos pelo bloco e que querem aumentar a ambição das metas climáticas.

Uma das promessas diz respeito às metas de mitigação da UE para 2040, que devem fazer parte da próxima Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do bloco europeu. De acordo com Sefcovic, a UE pode estabelecer como objetivo um corte de pelo menos 90% das emissões até 2040 em relação aos níveis atuais. A Reuters deu a notícia.

Já Hoekstra defendeu a definição de um imposto global sobre o combustível de aviação. “Quando dirijo meu carro até um posto de gasolina, 50% a 60% do que pago são impostos. Mas quando um jato é reabastecido, não há imposto devido. Zero. Que europeu pensa que isso faz sentido?”, questionou ele.

De acordo com o indicado para chefiar a diplomacia climática da UE, a tributação sobre os combustíveis fósseis em geral pode proporcionar uma fonte importante de recursos para financiar o fundo internacional de perdas e danos decorrentes de desastres climáticos. Climate Home e Financial Times deram mais detalhes.

Hoekstra deve substituir Frans Timmermans, que servia como comissário europeu responsável pelo Green Deal e negociador-chefe da UE nas COPs. Ele renunciou ao posto em julho passado para participar das eleições gerais deste ano nos Países Baixos como candidato a primeiro-ministro. Tanto ele quanto Sefcovic foram indicações diretas da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Mesmo assim, a confirmação dos dois nomes deve demorar um pouco mais. A comissão de meio ambiente do Parlamento Europeu se recusou a votar as indicações enquanto os candidatos não respondessem a todos os questionamentos, o que deve levar ao menos mais um dia. Segundo a Reuters, a principal preocupação dos parlamentares europeus é a garantia de que as políticas climáticas da UE não sejam enfraquecidas, a exemplo do que ocorreu no mês passado no Reino Unido.

Em tempo: Por falar em política climática, os governos de França e Alemanha seguem em um impasse sobre o plano para prolongar a vida útil das usinas nucleares em operação no continente europeu. Enquanto franceses e outros países do bloco querem garantir mais independência em relação ao gás natural, que se tornou vilão da crise energética do mercado europeu depois da guerra entre Rússia e Ucrânia, os alemães temem que esse movimento possa prejudicar o seu mercado de energia, que hoje não conta com usinas nucleares. A Bloomberg deu mais informações.

 

ClimaInfo, 4 de outubro de 2023.

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