Planeta viveu setembro mais quente da história e 2023 caminha para recorde de calor

setembro global mais quente
David von Diemar / Unsplash

Segundo o observatório europeu Copernicus, o último mês fechou como sendo o setembro mais quente já registrado, com temperatura média 1,75ºC superior à média pré-industrial.

Mais um recorde global de calor em 2023. Estimativas do observatório Copernicus, da União Europeia, indicam que o mês passado foi o setembro mais quente de que se tem registro. Os números evidenciam como o fenômeno El Niño está anabolizando as temperaturas máximas ao redor do mundo nos últimos meses, colocando 2023 no caminho de se tornar o mais quente da história.

De acordo com o sistema europeu Copernicus, a temperatura média da superfície em setembro foi de 16,38ºC, meio grau centígrado acima da média registrada em setembro de 2022 e cerca de 1,75ºC mais quente para o mês de setembro em comparação com o período de 1850-1900. Na comparação com a média de 1991-2020, o último mês foi 0,93ºC mais quente.

Com o calor intenso, setembro de 2023 foi o mês quente mais anômalo de qualquer ano desde pelo menos 1940. Ao mesmo tempo, a temperatura média global de janeiro a setembro de 2023 foi 0,05ºC superior ao mesmo período do ano de 2016, que mantém até aqui o recorde histórico como o ano mais quente já registrado. A expectativa é de que as temperaturas médias sigam mais altas do que o normal nos próximos meses, o que praticamente assegura que 2023 feche como o ano mais quente da história. 

“Desde junho, o mundo tem experimentado um calor sem precedentes em terra e no mar. As anomalias1 de temperatura são enormes – muito maiores do que qualquer coisa que já vimos no passado”, comentou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (WMO), Petteri Taalas. “O que é especialmente preocupante é que o evento de aquecimento El Niño ainda está em desenvolvimento, e por isso podemos esperar que essas temperaturas recordes continuem durante meses, com impactos em cascata no nosso ambiente e na sociedade”.

Os dados do observatório Copernicus foram amplamente abordados na imprensa, com destaques em Band, Correio Braziliense, Deutsche Welle, Folha, g1, O Globo, RFI e Valor no Brasil, além de AFP, CNN, BBC, Euronews, Financial Times e Guardian no exterior.

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(1): “anomalia” é o termo do mundo climático para a diferença da temperatura medida e a média de um dado período. Os cientistas preferem se referir a temperaturas acima (ou abaixo) da média em vez de citar o valor medido.

 

ClimaInfo, 6 de outubro de 2023.

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