Clima extremo impacta crianças e provoca milhões de deslocamentos por ano, alerta UNICEF

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UNICEF / UN0742088 / Condren

Levantamento da UNICEF mostra que desastres relacionados com a crise climática causaram mais de 43 milhões de deslocamentos internos de crianças entre 2016 e 2021.

A ocorrência crescente de eventos climáticos extremos tem impactado particularmente a população mais jovem ao redor do mundo. Um levantamento divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostrou que desastres relacionados com o clima causaram 43 milhões de deslocamentos internos de crianças e adolescentes em 44 países entre os anos de 2016 e 2021, com uma média de aproximadamente 20 mil deslocamentos por dia.

O relatório Children Displaced in a Changing Climate (Crianças Deslocadas em um Clima em Transformação) traz a primeira análise global do número de crianças expulsas de suas casas devido a inundações, tempestades, secas e incêndios florestais. Além de sintetizar os números para o período assinalado, a análise também apresenta projeções sobre deslocamentos de crianças para os próximos 30 anos.

De acordo com o levantamento, a China e as Filipinas estão entre os países que registraram os números absolutos mais elevados de deslocamentos de crianças. Em termos proporcionais à população total, no entanto, as crianças que vivem em pequenas nações insulares, como Vanuatu e Dominica, e países da África Subsaariana, como Somália e Sudão do Sul, foram as mais afetadas por eventos extremos. A esmagadora maioria dos deslocamentos – 41 milhões, ou 95% do total – aconteceu em decorrência de inundações e tempestades. Já as secas provocaram mais de 1,3 milhão de deslocamentos internos de crianças.

O relatório também identificou uma peculiaridade no caso dos deslocamentos por incêndios florestais. Diferentemente dos outros eventos extremos, que registraram maiores deslocamentos em países mais pobres, os incêndios afetaram principalmente países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e Israel.

Os dados da UNICEF foram destacados por diversos veículos, como Associated Press, CNN, Deutsche Welle, Guardian, Independent e Reuters, além da Folha e VEJA no Brasil.

 

ClimaInfo, 9 de outubro de 2023.

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