Governo federal destaca brigadistas para combater incêndios no Amazonas

brigadistas Amazonas
Wikimedia Commons

IBAMA anuncia o deslocamento de 149 brigadistas de outras regiões do Brasil para o combate aos incêndios no Amazonas; Força Nacional também poderá ser utilizada.

A intensificação das queimadas e a crise de saúde pública provocada pelos incêndios no Amazonas ampliaram os esforços do governo federal para combater os focos de queimada. O IBAMA mais do que dobrou seu efetivo atuante no estado, com o deslocamento emergencial de 149 brigadistas de outras regiões do país para o estado, elevando o total para 289.

O Programa Queimadas, operado pelo INPE, identificou 2.770 focos de calor ativos no Amazonas desde o dia 1º de outubro. Como O Globo destacou, o número já é um recorde histórico e supera o total registrado em outubro de 2022 (1.503).

“O principal vetor das queimadas é o desmatamento. Não existe fogo natural na Amazônia. O fogo é feito propositadamente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e, depois, o ateamento de fogo”, explicou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) em coletiva de imprensa realizada em Manaus (AM) na última 6ª feira (13/10).

A redução recente no desmatamento na Amazônia – queda de 64,4% nos alertas entre janeiro e setembro deste ano em relação ao mesmo período em 2022 – ajudou a evitar uma crise ainda pior. Isso porque as condições climáticas na Amazônia sob efeito das mudanças climáticas e do El Niño, que levou a atual forte seca, facilitam a disseminação do fogo. De toda forma, o desmatamento excessivo registrado nos últimos anos também tem peso na crise atual.

“As pessoas derrubam a floresta, que é úmida, esperam ela secar e queimam; a floresta tenta se regenerar e é queimada no ano seguinte. Regenera de novo e queima no terceiro ano. Normalmente, são de três a cinco anos de queimada em uma mesma área para que haja o fim da floresta naquele local”, argumentou o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho. Segundo ele, a seca tem sido tão intensa que o fogo das áreas desmatadas está atingindo também a floresta ainda em pé. Observatório do Clima e g1 repercutiram o anúncio.

Além dos brigadistas do IBAMA, o governo federal deve reforçar também o efetivo da Força Nacional de Segurança Pública que atua no combate ao fogo no Amazonas. O ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou que agentes de outras regiões serão destacados para o estado nos próximos dias. A notícia é d’O Globo.

Em tempo: O número impressiona. Durante o mês de setembro, quase 4 milhões de hectares foram queimados em todo o Brasil, segundo o MapBiomas. O índice representa quase a metade dos 9 milhões de ha queimados desde janeiro de 2023. A Amazônia foi a mais afetada pelo fogo: 1,9 milhões de ha foram queimados no último mês, o que representa 49,6% do total. Já o Cerrado vem logo atrás, com 1,7 milhão de ha (44,6%). ((o)) eco repercutiu esses dados.

 

ClimaInfo, 16 de outubro de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.