Um em cada cinco blocos disponíveis para exploração de petróleo no Brasil está na Amazônia

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Monitor Amazonia Livre de Petróleo / Arayara / Observatório do Clima

As informações são do Monitor da Amazônia Livre de Petróleo e Gás, ferramenta que mapeia blocos de petróleo no Brasil e nos demais países amazônicos.

Na Amazônia brasileira há 451 blocos de petróleo e gás fóssil em estudo, em oferta ou já concedidos. São cerca de 20% das 2.239 áreas disponíveis no país. Considerando também os outros oito países que abrigam a floresta, há 871 blocos na região, a maior parte deles (78%) em estudo ou oferta.

Os dados são do Monitor da Amazônia Livre de Petróleo e Gás. A ferramenta, desenvolvida pelo Instituto Arayara e o Observatório do Clima, foi lançada na 2ª feira (23/10) para mapear blocos de petróleo e gás fóssil em toda a pan-amazônia, informam Valor, Nexo, Poder 360, O Globo, Um só planeta, Exame e Folha de Pernambuco.

O Brasil está em primeiro no ranking, com quase 52% dos blocos de petróleo e gás fóssil na Amazônia, em terra e no mar. O país é seguido por Bolívia (129 blocos) e Colômbia (104). Os blocos na Amazônia brasileira são pequenos em tamanho quando comparados aos de Guiana, Suriname e Venezuela, o que não tem relação com a quantidade de combustíveis fósseis que podem ser produzidos nessas áreas.

A maioria dos blocos amazônicos no Brasil ainda está em fase de análise (307), sendo 81% no mar e 19% em terra. Os blocos já contratados, seja na fase de exploração ou de produção, são 52. Entre eles está o FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, onde a Petrobras quer perfurar um poço, mas teve seu pedido de licença negado pelo IBAMA, dando origem a uma intensa cobrança de setores do governo. “Leio essa pressão toda sobre o bloco 59 como um símbolo de quem defende o aumento da exploração de petróleo na região [amazônica], como se fosse a abertura da porteira”, avalia Suely Araújo, do Observatório do Clima. “Com essa pressão, querem flexibilizar o licenciamento e inserir componentes políticos fortes no processo de licenciamento ambiental, o que é altamente questionável. A grande contradição desse governo na área ambiental é a política de petróleo e gás. Temos que exigir coerência. Se o Brasil quer ser líder mundial no campo climático, não dá para virar um grande exportador de petróleo a essa altura do campeonato”, conclui.

 

ClimaInfo, 25 de outubro de 2023.

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