Calor intensifica queimadas no Pantanal e coloca Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em situação de emergência

16 de novembro de 2023
onda de calor queimadas Pantanal
Reprodução vídeo g1 MS

Em 13 dias, bioma registra recorde de queimadas para novembro, superando cinco vezes a média do mês desde o começo da medição, há 25 anos.

O Pantanal pega fogo. Com calor extremo e sem chuvas, o bioma já registra, em apenas 13 dias de novembro, o maior número de queimadas para o mês desde o início do monitoramento, há 25 anos. Foram 2.387 focos registrados pelo INPE até a 2ª feira. Do total de hectares destruídos pelo fogo no bioma no ano, mais da metade foi registrada somente neste mês, detalha o Bom Dia Brasil.

A devastação fez com que os governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul decretassem situação de emergência, informam Folha e Estadão. No Mato Grosso do Sul, o decreto, com duração inicial de 90 dias, vale para os municípios de Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho. Já no Mato Grosso, a emergência vale para todo o estado, e por pelo menos 60 dias.

A temporada de fogo no Pantanal tem sido cruel. Segundo o g1, até novembro, 947.025 hectares do bioma entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foram consumidos pelas chamas. A área devastada é equivalente a quase oito vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

A situação dramática na região, como mostram imagens do MetSul, fez o governo federal convocar uma reunião de emergência para montar estratégias de combate ao fogo, segundo o Correio Braziliense. Na 4ª feira (15/11), o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, deslocou-se para Cuiabá para acompanhar o cenário.

Na 2ª feira (13/11), os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) reuniram-se para organizar planos. O encontro, segundo Ricardo Noblat, do Metrópoles, ocorreu após um “pito” do presidente Lula, que reclamou da lentidão em tomar medidas efetivas contra o fogo e o calor extremo que assola o país.

A oitava e mais forte onda de calor deste ano, que começou no dia 8, contribuiu para aumentar substancialmente os focos de incêndio neste mês. Desde o início do fenômeno até 3ª feira (14/11), houve 6.395 eventos de fogo, 74% mais que o registrado em igual semana de 2022 e 307% maior que o visto em 2021. Das dez maiores ocorrências, oito estão no Pantanal, explica O Globo.

Em tempo: Quase 2.300 queimadas foram registradas em sete cidades próximas de Manaus, no Amazonas, desde o início do período seco e, mesmo assim, houve apenas sete multas aplicadas pelo IBAMA e outras cinco lavradas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) nesses locais. O levantamento foi feito pela Folha nos bancos de dados públicos do órgão federal e da entidade amazonense. Em resposta, o IBAMA disse que prioriza combate a desmatamento no sul do estado. Já o IPAAM não comentou o baixo número de multas. Tanto os órgãos como o governo do Amazonas chegaram a colocar a culpa da fumaça em Manaus por queimadas no vizinho Pará. Mas o Amazônia Real traz dados que mostram que a nuvem que pairou sobre a capital amazonense vinha principalmente de queimadas no próprio estado, ao sul da cidade e, portanto, refletem o avanço da agropecuária nessa área.

 

ClimaInfo, 16 de novembro de 2023.

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