Calor intensifica queimadas no Pantanal e coloca Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em situação de emergência

onda de calor queimadas Pantanal
Reprodução vídeo g1 MS

Em 13 dias, bioma registra recorde de queimadas para novembro, superando cinco vezes a média do mês desde o começo da medição, há 25 anos.

O Pantanal pega fogo. Com calor extremo e sem chuvas, o bioma já registra, em apenas 13 dias de novembro, o maior número de queimadas para o mês desde o início do monitoramento, há 25 anos. Foram 2.387 focos registrados pelo INPE até a 2ª feira. Do total de hectares destruídos pelo fogo no bioma no ano, mais da metade foi registrada somente neste mês, detalha o Bom Dia Brasil.

A devastação fez com que os governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul decretassem situação de emergência, informam Folha e Estadão. No Mato Grosso do Sul, o decreto, com duração inicial de 90 dias, vale para os municípios de Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho. Já no Mato Grosso, a emergência vale para todo o estado, e por pelo menos 60 dias.

A temporada de fogo no Pantanal tem sido cruel. Segundo o g1, até novembro, 947.025 hectares do bioma entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foram consumidos pelas chamas. A área devastada é equivalente a quase oito vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

A situação dramática na região, como mostram imagens do MetSul, fez o governo federal convocar uma reunião de emergência para montar estratégias de combate ao fogo, segundo o Correio Braziliense. Na 4ª feira (15/11), o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, deslocou-se para Cuiabá para acompanhar o cenário.

Na 2ª feira (13/11), os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) reuniram-se para organizar planos. O encontro, segundo Ricardo Noblat, do Metrópoles, ocorreu após um “pito” do presidente Lula, que reclamou da lentidão em tomar medidas efetivas contra o fogo e o calor extremo que assola o país.

A oitava e mais forte onda de calor deste ano, que começou no dia 8, contribuiu para aumentar substancialmente os focos de incêndio neste mês. Desde o início do fenômeno até 3ª feira (14/11), houve 6.395 eventos de fogo, 74% mais que o registrado em igual semana de 2022 e 307% maior que o visto em 2021. Das dez maiores ocorrências, oito estão no Pantanal, explica O Globo.

Em tempo: Quase 2.300 queimadas foram registradas em sete cidades próximas de Manaus, no Amazonas, desde o início do período seco e, mesmo assim, houve apenas sete multas aplicadas pelo IBAMA e outras cinco lavradas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) nesses locais. O levantamento foi feito pela Folha nos bancos de dados públicos do órgão federal e da entidade amazonense. Em resposta, o IBAMA disse que prioriza combate a desmatamento no sul do estado. Já o IPAAM não comentou o baixo número de multas. Tanto os órgãos como o governo do Amazonas chegaram a colocar a culpa da fumaça em Manaus por queimadas no vizinho Pará. Mas o Amazônia Real traz dados que mostram que a nuvem que pairou sobre a capital amazonense vinha principalmente de queimadas no próprio estado, ao sul da cidade e, portanto, refletem o avanço da agropecuária nessa área.

 

ClimaInfo, 16 de novembro de 2023.

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