Ação civil pública pede retirada de blocos da bacia Potiguar de leilão de petróleo da ANP

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Divulgação Instituto Arayara

Enquanto isso, em apresentação do Plano de Transformação Ecológica, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há decisão sobre fim da exploração de petróleo.

Uma ação civil pública pede a retirada de 11 blocos para exploração de petróleo e gás fóssil incluídos pela ANP no leilão marcado pela agência para o dia 13 de dezembro. As áreas ficam na bacia Potiguar, no extremo leste da chamada Margem Equatorial, que se estende até o litoral do Amapá, e não passaram por análise ambiental.

Os blocos compõem o setor SPOT-AP2, na costa do Rio Grande do Norte. As áreas estão localizadas a aproximadamente 135 km de distância do Atol das Rocas e 252 km de Fernando de Noronha e fazem parte do 4º Ciclo de Oferta Permanente da ANP, em que constam centenas de blocos, em terra e no mar, explica a Folha, em matéria noticiada pelo Canal Meio.

Segundo o Instituto Arayara, que está movendo a ação, a documentação usada para validar a oferta do ponto de vista ambiental faz referência a uma série de documentos que, na verdade, não analisam os blocos do SPOT-AP2. Procurada, a ANP negou, por nota, irregularidades e disse que “os órgãos ambientais se manifestam oportunamente, no âmbito da manifestação conjunta, antes da inclusão das áreas no edital”.

Para a diretora-executiva do Arayara, Nicole de Oliveira, realizar na sequência da COP28 um leilão dessa dimensão, que ela qualifica como “o pior da história da ANP”, é um contrassenso para o governo Lula.  Na semana passada, mais de 60 entidades da sociedade civil – entre elas o Instituto ClimaInfo – lançaram um documento no qual pedem que o governo brasileiro lidere na COP28 ações para estabelecer um cronograma definitivo para o fim da produção e do consumo de combustíveis fósseis, os grandes vilões do aquecimento global.

Contudo, se depender da última manifestação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo Lula vai continuar em cima do muro na questão. Durante apresentação para movimentos sociais e ambientais do Plano de Transformação Ecológica do governo federal, na 6ª feira (17/11), que tem a transição energética como um de seus principais focos, o ministro disse estar “em aberto” uma definição do governo sobre o fim da exploração de combustíveis fósseis no país, relatam Folha e Estadão.

Também presente no evento, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que “se vai ou não explorar petróleo, quando é esse limite, quem toma essa decisão é o Conselho [Nacional] de Política de Energética”. O que deixou ainda mais no ar qual será a decisão do governo às vésperas da COP28.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2023.

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