Calor bate recorde em 2023 e cientistas indicam que 2024 pode ser ainda mais quente

15 de janeiro de 2024
2023 ano mais quente
Canva

As temperaturas globais se aproximaram perigosamente de 1,5ºC de aquecimento médio em relação aos níveis pré-industriais em 2023, segundo cientistas europeus e norte-americanos.

Que 2023 se tornaria o ano mais quente já registrado pela ciência já se previa desde meados do ano passado. No entanto, uma análise do serviço climatológico Copernicus, da União Europeia, mostrou que a Terra se aproxima de um cenário de aquecimento considerado como o limite para evitar mudanças climáticas ainda mais desastrosas.

De acordo com o Copernicus, a temperatura média global em 2023 foi de 14,98ºC, 0,17ºC superior ao recorde anterior registrado em 2016. Essa temperatura é 0,6ºC mais quente do que a média para o período de 1991 a 2020 e, mais importante, 1,48ºC mais quente do que os níveis pré-industriais (1850-1900). Esse último dado é relevante, já que nos deixa a míseros 0,02ºC da meta de 1,5ºC definida pelo Acordo de Paris como limite para o aquecimento global até o final deste século.

Outras duas análises mostraram o mesmo cenário. Segundo a NASA, a temperatura global média no ano passado foi cerca de 1,4ºC mais quente do que a média do final do século XIX e 1,2ºC acima da média para o período de 1951 e 1980. As duas leituras são as mais altas já registradas pela NASA. 

Para a NOAA (Agência de Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA) a média global em 2023 foi 1,35ºC acima da média pré-industrial e 1,18ºC superior à média do século XX, as mais altas já observadas pela entidade. Os dez anos mais quentes desde 1850, de acordo com a NOAA, ocorreram todos na última década.

Essas análises foram corroboradas pela OMM (Organização Meteorológica Mundial). Dados consolidados indicam que a temperatura média global em 2023 foi cerca de 1,45ºC superior aos níveis pré-industriais (1850-1900). As temperaturas globais entre junho e dezembro estabeleceram recordes para esses meses, com julho e agosto figurando como os dois meses mais quentes já registrados.

O calor intenso do último ano é reflexo da soma dos efeitos da mudança do clima e do fenômeno El Niño, que começou em meados de 2023. Exatamente por conta dessa interação, os cientistas esperam que 2024 experimente temperaturas ainda mais altas, já que o maior impacto do El Niño sobre o clima acontece após o seu pico.

O recorde de calor em 2023 e as expectativas dos climatologistas para 2024 foram amplamente abordados pela imprensa, com destaques em Agência Pública, BBC, Bloomberg, Folha, Guardian, NY Times, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post.

 

ClimaInfo, 15 de janeiro de 2024.

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