Investimento em energia renovável bate recorde em 2023, mas não é suficiente para o net-zero

31 de janeiro de 2024
energia renovável recorde
Moritz Kindler / Unsplash

Gastos aumentaram 17% no ano passado, para US$ 1,8 trilhão, e incluem investimentos em energia renovável, em veículos elétricos, produção de hidrogênio e outras tecnologias.

Os gastos globais na transição para energias limpas atingiram níveis recordes em 2023, de acordo com um relatório da BloombergNEF divulgado ontem (30/1). Os números mostram o esforço para tentar conter as mudanças climáticas, mas ainda não é suficiente para atingir o net-zero até 2050.

Os gastos totais aumentaram 17% no ano passado, atingindo US$ 1,8 trilhão. O valor inclui investimentos na instalação de energia renovável, compra de veículos elétricos, construção de sistemas de produção de hidrogênio e implantação de outras tecnologias, detalha a Bloomberg. Se forem acrescentados os recursos aplicados na construção de cadeias de abastecimento de energia limpa e os US$ 900 bilhões em financiamentos, o gasto total atingiu cerca de US$ 2,8 trilhões.

“O ano passado trouxe novos recordes para o investimento global em energia renovável. O forte crescimento nos Estados Unidos e na Europa impulsionou a ascensão global, mesmo com a baixa da China, o maior mercado mundial de energias renováveis, que registrou queda de 11%”, explicou Meredith Attachment, Diretora de Energia Limpa da BNEF e coautora do relatório, em fala destacada pelo Climate Action.

No entanto, os níveis de gastos ainda não são suficientes para impulsionar a transição para emissões líquidas zero, reitera o edie. De acordo com o relatório, os investimentos em energia precisariam de uma média de US$ 4,8 trilhões por ano entre agora e 2030 para se alinharem com o cenário net-zero da BNEF.

“O nosso relatório mostra quão rapidamente as oportunidades de energia limpa estão crescendo. No entanto, também mostra o quão longe ainda estamos do caminho”, disse o presidente-executivo da BNEF, Albert Cheung.

Prova disso é que somente a União Europeia precisará de US$ 1,6 trilhão anuais em investimentos para cumprir sua meta de emissões líquidas zero até 2050, segundo uma pesquisa apoiada por legisladores verdes da UE, informa a Reuters.

Na próxima semana, a Comissão Europeia deverá recomendar que a UE reduza as emissões líquidas em 90% até 2040 em relação aos níveis de 1990, e que delineie o enorme aumento inicial nos investimentos necessários para colocar o bloco no caminho certo para ter emissões líquidas zero até 2050.

Inside Climate News e Energy Voice também repercutiram o relatório da BNEF.

Em tempo: Apesar da rateada na expansão de energias limpas no ano passado mostrada pelo relatório da BNEF, a China instalou mais painéis solares em 2023 do que os Estados Unidos em toda a sua história, informa a Bloomberg. O país adicionou 216,9 GW de energia solar no ano passado, superando seu recorde anterior, de 87,4 GW, de 2022, disse a Administração Nacional de Energia (NEA, sigla em inglês) em um comunicado. É mais do que os 175,2 GW fotovoltaicos instalados nos EUA, o segundo maior mercado solar do mundo, segundo estimativas da BloombergNEF. E como a NEA mede a capacidade em corrente alternada e a BNEF rastreia a corrente contínua, a lacuna real é ainda maior.

 

ClimaInfo, 31 de janeiro de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar