Na contramão: investidor pressiona BP a enfraquecer metas climáticas

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Divulgação bp

Em um “ativismo anticlimático”, grupo de investidores pede que a petroleira britânica BP abandone sua estratégia de transição para fontes energéticas renováveis, tida como “irrealista”.

Enquanto cientistas e ativistas climáticos defendem que a indústria de combustíveis fósseis caminhe rapidamente para um modelo de negócio descarbonizado, um grupo ativista de hedge fund resolveu pressionar uma das maiores petroleiras do mundo no sentido contrário.

Desafiando a lógica e o bom senso, a Bluebell Capital Partners questionou a estratégia de descarbonização da britânica BP, considerada por eles como “irreal” por pressupor uma redução da demanda de petróleo na próxima década.

Para esses investidores, a estratégia da BP deprecia o valor das ações da empresa, prejudicando o retorno financeiro de seus acionistas. Ao mesmo tempo, o grupo também questionou o ritmo e a extensão dos investimentos em fontes renováveis de energia, como biocombustíveis e hidrogênio verde. Segundo eles, a BP “não tem condições de vencer” empresas especializadas, o que reduziria a expectativa de retorno desses investimentos em fontes renováveis.

O pedido chama a atenção pelo absurdo dos argumentos, mas também pelo perfil de quem os está empunhando. A Bluebell, segundo informou ao Guardian, seria uma empresa formada por “ambientalistas apaixonados”. O grupo justificou a posição ao dizer que não está recomendando à BP para se distanciar totalmente das energias renováveis, mas que a empresa seja mais cautelosa em sua estratégia para energia solar e eólica offshore.

Outros investidores ativistas criticaram a posição da Bluebell. “Não acreditamos que acionistas responsáveis permitirão que um investidor conservador desacelere uma transição que já está avançando muito lentamente”, questionou Mark van Baal, chefe do grupo ativista holandês Follow This.

Bloomberg, CNBC e Financial Times também repercutiram essa notícia.

 

ClimaInfo, 31 de janeiro de 2024.

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