Desmatamento na Amazônia cai pelo 10º mês consecutivo, mostra o Imazon

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Renata Silva / Embrapa

Devastação em janeiro foi 60% menor que desmate em igual mês de 2023, quando começou o governo Lula, e menor valor para janeiro desde 2018.

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, constatou mais uma queda na devastação da Floresta Amazônica. O monitoramento por imagens de satélite feito pelo instituto registrou um desmate de 79 km² do bioma amazônico em janeiro. O número é 60% menor que os 198 km² detectados pelo SAD em janeiro de 2023, quando se iniciou o governo Lula, e o menor para o mês desde 2018.

De acordo com o Imazon, os números de janeiro marcam o 10º mês consecutivo de queda no desmatamento amazônico verificado pelo SAD. Em dezembro, o sistema registrou um desmate de 108 km² no bioma. Assim, na comparação entre o primeiro mês de 2024 e o último do ano passado, a redução no desmate foi de cerca de 27%.

Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, Roraima foi o que liderou a devastação em janeiro, com 32 km² desmatados, o que equivale a 40% do total. O estado foi seguido por Mato Grosso e Pará, com 19 km² e 14 km², respectivamente, informam g1, Carta Capital, Poder 360, Um só planeta e SBT. Ainda assim, os três estados registraram números menores do que em janeiro de 2023, com Mato Grosso liderando a redução percentual (-78%).

A liderança de Roraima provavelmente ocorreu pelo fato do regime de chuvas no estado funcionar de forma “inversa” aos outros oito que compõem a Amazônia Legal, explica a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim. “Enquanto os outros passam por um período de chuvas, Roraima está com o clima mais seco, o que facilita a prática do desmatamento, assim como a detecção da destruição pelos satélites”, explica.

Isso se reflete também nas Terras Indígenas. Das dez TIs mais desmatadas na Amazônia em janeiro, seis ficam em Roraima. Cinco delas têm seus territórios exclusivamente no estado, e uma tem parte de sua área no vizinho Amazonas.

“É preciso aumentar urgentemente as garantias de proteção desses territórios, principalmente os que já vêm recorrentemente aparecendo nos nossos alertas de desmatamento. Esse é o caso da Terra Yanomami, que apareceu entre os dez territórios indígenas mais desmatados em 2023 e, em janeiro deste ano, ficou em segundo lugar”, alerta Larissa.

Em tempo: Líder do desmatamento da Amazônia em janeiro, Roraima sofre com o fogo, cuja propagação é facilitada pela seca que castiga o estado, como mostra a Folha BV. Uma fumaça provocada pelas queimadas se espalhou para além das áreas rurais e atingiu diversos bairros da capital roraimense, Boa Vista, informa o g1. A “nuvem” cinzenta é resultado do fogo em municípios do estado que, há cerca de um mês, estão em chamas, e nas áreas urbanas e rurais da própria capital, reforça o g1. Até agora, os municípios de Iracema, Caracaraí, Rorainópolis e Mucajaí, no sul do estado, e Pacaraima, Alto Alegre, Cantá, Bonfim, Uiramutã, Normandia e Amajari, no norte, tiveram focos de queimadas detectados. Os três últimos decretaram situação de emergência devido à estiagem.

 

ClimaInfo, 22 de fevereiro de 2024.

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