Apenas sete países atendem aos padrões internacionais de qualidade do ar, indica levantamento

19 de março de 2024
padrões internacionais de qualidade do ar
Reprodução / iqair.com

Segundo a análise da IQAir, o ar respirado em 127 países não cumpre as diretrizes de qualidade da OMS; a Ásia concentra os piores indicadores. 

Ar limpo e de qualidade parece ser uma raridade ao redor do globo. Um levantamento anual feito pela IQAir e divulgado ontem (19/3) mostrou que somente sete países cumprem os padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação é mais dramática na Ásia, que possui as 100 cidades com piores índices de qualidade do ar de todo o mundo.

Segundo o IQAir, apenas Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia não registraram índices de concentração de poluentes do tipo PM2,5 superiores aos indicados pela OMS – média anual igual ou inferior a 5 microgramas por metro cúbico (µg/m3).

Na outra ponta, os países com os piores índices de qualidade de ar foram Bangladesh (79,9 µg/m3), Paquistão (73,7 µg/m3), Índia (54,4 µg/m3), Tajiquistão (49 µg/m3) e Burkina Faso (46,6 µg/m3). Dos 134 países e regiões analisados, 124 (92,5%) tiveram concentração de poluentes PM2,5 que excederam o limite de 5 µg/m3.

A má qualidade do ar atinge majoritariamente os países mais pobres, mas muitas nações desenvolvidas também enfrentam problemas com a poluição atmosférica. O Canadá, por exemplo, experimentou uma piora significativa na qualidade de seu ar no último ano, em decorrência direta dos incêndios florestais que tomaram a porção oeste do país no último verão.

Outro destaque negativo no levantamento da IQAir é a China. O país asiático vinha experimentando melhorias recentes na qualidade do ar, mas a retomada da atividade industrial pós-pandemia resultou em uma piora de 6,3% nos índices de poluição em comparação com 2022. Em Pequim, uma das áreas mais críticas, o salto na concentração de PM2,5 foi de 14% no último ano.

O relatório da IQAir se baseia nos dados de mais de 30 mil estações de monitoramento da qualidade do ar em 7.812 locais em 134 países e regiões. A maior lacuna técnica em termos de coleta de informações ainda está na África, onde cerca de ⅓ da população do continente ainda não conta com dados sobre a qualidade do ar.

“Um ambiente limpo, saudável e sustentável é um Direito Humano Universal. Em muitas partes do mundo, a falta de dados sobre a qualidade do ar atrasa ações decisivas e perpetua o sofrimento humano desnecessário. Dados sobre a qualidade do ar salvam vidas. Onde a qualidade do ar é relatada, ações são tomadas e a qualidade do ar melhora”, afirmou Frank Hammes, CEO Global da IQAir.

Agência Brasil, O Globo e SBT, entre outros, destacaram os principais pontos da análise da IQAir. A notícia também foi repercutida na imprensa internacional, com reportagens na Bloomberg, CNN, Guardian e NY Times.

 

 

ClimaInfo, 20 de março de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar