Clima extremo: depois de chuvas históricas, Dubai tenta voltar à normalidade

Clima extremo chuvas Dubai
contém dados modificados do Copernicus Sentinel (2024), processados ​​pela ESA

Cidade que se orgulha de seu futurismo passou a 5ª feira limpando estradas e secando casas inundadas após sofrer a maior tempestade em 75 anos.

Dubai passou a 5ª feira (18/4) contabilizando e tentando consertar os estragos causados pelas chuvas torrenciais e extraordinárias que inundaram a cidade deserta. Pessoas descreviam histórias angustiantes de passarem a noite em seus carros, enquanto passageiros enfrentavam cenas caóticas nos aeroportos da cidade.

Até 260 mm de chuva caíram nos Emirados Árabes Unidos no dia anterior, o maior volume de precipitação desde que os registros começaram, há 75 anos. As imagens do dilúvio foram captadas por satélites da Agência Espacial Europeia (ESA). A agência de notícias estatal WAM classificou as chuvas de 3ª feira como “um evento climático histórico” que superou “tudo o que foi documentado desde o início da coleta de dados em 1949”, detalhou o Guardian.

Muitas ruas ainda estavam alagadas na cidade. E segundo a Folha, o Aeroporto Internacional de Dubai, um dos mais movimentados do mundo, lutava para normalizar os voos acumulados depois que a chuva inundou as pistas, forçando desvios e atrasos, além do cancelamento de 1.244 voos. 

Inundações deixaram residentes ilhados em casa e no trabalho e interromperam o trânsito, forçando pessoas a abandonarem carros submersos. A água invadiu diversas casas, e imagens da chuva vertendo do teto de shoppings circularam nas redes sociais.

“Foi uma das situações mais horríveis que já vivi”, disse um residente do Dubai, na casa dos 30 anos, que não quis revelar o seu nome, depois de a sua viagem de 15 minutos se ter transformado numa provação de 12 horas em estradas inundadas.

Além dos Emirados Árabes, o dilúvio implacável também atingiu Omã, deixando um saldo de 21 mortos, sendo 20 deles em Omã, onde a tempestade começou no domingo (14/4), lembra o New York Times. Especialistas descreveram as tempestades incomuns como um sistema climático que foi sobrecarregado pelas mudanças climáticas.

CNN, Reuters, AP, CNN, CNBC, Reuters, BBC e AP também repercutiram o “dia seguinte” às tempestades históricas no Oriente Médio.

Em tempo: Tempestades excepcionalmente fortes também assolaram o Paquistão e o Afeganistão nos últimos dias, matando mais de 130 pessoas nos dois países, informam New York Times e CBS, e com autoridades prevendo mais chuvas e inundações. No Afeganistão, pelo menos 70 pessoas morreram em inundações repentinas e outros incidentes relacionados com o clima, enquanto mais de 2.600 casas foram destruídas ou danificadas. No vizinho Paquistão foram registradas 62 mortes. As chuvas que atingiram o país foram quase o dobro da taxa média para esta época do ano, segundo autoridades paquistanesas.

 

 

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ClimaInfo, 19 de abril de 2024.

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