Dois anos após assassinatos, familiares e ativistas mantêm vivo o legado de Bruno Pereira e Dom Phillips

5 de junho de 2024
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Divulgação/via gov.br

Atos rememoram luta do indigenista e do jornalista pela proteção da Amazônia e de seus Povos Originários, e serve de inspiração para novos defensores ambientais. 

Nesta 4a feira (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips completou dois anos. O crime chocou o Brasil e o mundo e deixou em evidência a situação dramática vivida pelos Povos Indígenas e defensores do meio ambiente na Amazônia.

A data foi marcada por atos de homenagens dos Ministérios dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos e Cidadania em Brasília, com a participação das viúvas de Bruno, Beatriz Matos, e Dom, Alessandra Sampaio. Em um dos atos, imagens dos dois foram projetadas na fachada dos ministérios. A Agência Brasil deu mais detalhes.

Beatriz Matos também falou com a Folha sobre o aniversário da morte do companheiro e destacou como a memória de seu marido tem motivado seu trabalho como diretora do Departamento de Povos Isolados e de Recente Contato do MPI.

“Quem tenta eliminar fisicamente essas pessoas não pode eliminar a memória e o legado deles. Então, claro que não só eu como esposa, mas os amigos, os colegas de trabalho, aqueles que trabalharam com ele estão muito empenhados em manter o legado”, afirmou.

Infelizmente, as ameaças que abreviaram as vidas de Bruno e Dom continuam assombrando aqueles que ficaram, especialmente no Vale do Javari. O podcast “Morte e Vida Javari”, lançado ontem pela Agência Pública, reconstitui os crimes e aborda a história marcada por conflitos e pela ausência do Estado, além de destacar como a ação criminosa de pescadores, madeireiros e traficantes de drogas segue espalhando medo e morte no coração da Amazônia.

O medo não se limita ao Vale do Javari. O Correio Braziliense procurou 12 ativistas da Amazônia para saber mais sobre os desafios de quem se aventura na defesa do meio ambiente e dos direitos. A maioria se recusou a falar por medo de retaliações.

“Há muita violência contra ambientalistas no Brasil, sobretudo quando atrapalham planos dos poderosos, que podem ser ligados a empresas do agronegócio, da mineração ou de atividades explicitamente ilegais, como o tráfico de madeira, grilagem de terras, por vezes, atualmente, com participação do crime organizado”, afirmou João Madeira, analista ambiental do ICMBio e um dos poucos que aceitou falar com a reportagem.

 

 

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ClimaInfo, 4 de junho de 2024.

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