Cai o desmatamento em Áreas Protegidas na Amazônia

Cai desmatamento Áreas Protegidas Amazônia
SAD/Imazon

Análise do Imazon mostra menor índice para o primeiro semestre em dez anos, mas mostra nova alta de 10% em toda a região em junho.

Uma boa notícia para a proteção da Amazônia. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, indicam que o desmatamento em Unidades de Conservação (UC) da Amazônia nos seis primeiros meses de 2024 foi o mais baixo para o período em uma década.

O índice de devastação nessas áreas ficou em 93 km2, 18% abaixo dos 114 km2 registrados no primeiro semestre de 2023, o menor número desde 2013. O desmatamento nas Terras Indígenas da Amazônia também registrou uma queda no mesmo período: de janeiro a junho, foram desmatados 15 km2 de floresta nesses territórios, a menor área registrada desde 2016.

Pará encabeça a lista, com as duas UCs com o maior índice de desmatamento no período em toda a Amazônia – as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Triunfo do Xingu (7 km2 desmatados) e Tapajós (6 km2). Acre e Rondônia têm, cada uma, três UCs no ranking.

Já entre as TI, os estados que dominam o top 10 do desmatamento são Amazonas e Maranhão, ambos com três territórios indígenas cada. As duas TIs com maior índice de devastação na Amazônia são a TI Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) e TI Cachoeira Seca (MA), com 1 km2 desmatados cada.

Apesar da redução do desmatamento em Áreas Protegidas, o SAD indicou que o ritmo de devastação na Amazônia como um todo subiu em junho passado. No último mês, foram desmatados 398 km2, segundo o SAD, número 10% superior aos 361 km2 registrados em junho de 2023. Assim, junho de 2024 interrompe a sequência de 14 meses seguidos de redução do desmatamento, que vinha desde abril do ano passado.

Os estados que mais contribuíram para o desmatamento amazônico em junho foram Amazonas (35%), Pará (26%) e Maranhão (15%). Cinco dos dez municípios que mais desmataram estão localizados no Amazonas, e outros três no Pará.

“Para que o desmatamento continue em tendência de queda, é necessário manter o ritmo de fiscalização nas Áreas Protegidas e focar nas regiões que ainda estão sob forte pressão ambiental. Qualquer redução nas ações de combate e controle podem acarretar no aumento da devastação nestes territórios”, explicou Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Os novos dados do SAD/Imazon para o desmatamento amazônico foram destacados por g1, O Globo, Pará Terra Boa, SBT, TV Cultura e Valor, entre outros veículos.

Em tempo: Ainda sobre desmatamento, dados do SAD Cerrado, operado pelo IPAM, indicam que o ritmo de devastação no bioma caiu no primeiro semestre de 2024. Nesse período, foram desmatados 347 mil hectares de vegetação nativa, 29% abaixo do registrado nos seis primeiros meses do ano passado. Com exceção de janeiro, todos os meses registraram uma área desmatada menor do que a observada no ano passado. Apesar da queda, os estados do MATOPIBA responderam por 77% de toda a perda vegetal do Cerrado no período (cerca de 266 mil hectares). O Metrópoles deu mais detalhes.

 

 

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ClimaInfo, 25 de julho de 2024.

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