Representantes da categoria apresentam uma contraproposta salarial, na qual aceitam parcialmente os termos oferecidos pelo governo em abril, e aguardam reabertura da mesa de negociação.
Os servidores ambientais apresentaram na última 3ª feira (23/7) uma contraproposta ao governo federal para destravar as conversas e encerrar a paralisação que se arrasta desde o começo do ano. A contraproposta aceita parte dos termos apresentados pelo governo na última proposta salarial, feita em abril, como o aumento sobre o vencimento básico.
A expectativa agora é pela resposta do governo federal. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável pela negociação salarial com os servidores ambientais, sustenta que a última proposta representa o limite do que o governo pode oferecer à categoria e encerrou a mesa de negociação no final de junho. Os servidores esperam que a contraproposta sensibilize a pasta.
A categoria chegou a decretar greve geral no começo de julho, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) declarou a paralisação ilegal para atividades consideradas “essenciais”. Os servidores interromperam o movimento paredista, mas mantiveram a “operação tartaruga” que vêm realizando desde o começo do ano.
Mesmo com a contraproposta, os representantes dos servidores ambientais não esconderam a decepção com a conduta do governo federal. “De forma autoritária e contrariando o que dissera o próprio presidente Lula, que prometeu não punir servidores em greve, o governo foi ao Judiciário pedir a ilegalidade da greve em menos de 24 horas, sem sequer consultar a gestão dos órgãos, e impôs o cerceamento do Direito de Greve”, apontaram os servidores em carta.
O governo ainda não respondeu à contraproposta dos servidores ambientais. Segundo a epbr, representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) solicitaram uma reunião com o MGI para discutir a contraproposta, enquanto mantêm diálogo com os órgãos representativos da categoria. Metrópoles e Reuters também abordaram a notícia.
Os efeitos da paralisação de órgãos como IBAMA e ICMBio são sentidos em diversas frentes. Uma análise da InfoAmazonia indicou que as áreas mais desmatadas entre janeiro e junho deste ano estão nos municípios onde houve redução da aplicação das multas do IBAMA.
No total, o número de autuações no primeiro semestre de 2024 é 67% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado e 16% menor que os patamares atingidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a fiscalização ambiental foi esvaziada.
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ClimaInfo, 25 de julho de 2024.
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