Demanda global por petróleo está “desacelerando bruscamente” à medida que a economia chinesa esfria, levando preços ao nível mais baixo em três anos, informa agência.
O consumo mundial de petróleo aumentou em 800 mil barris por dia (bpd) na primeira metade do ano, apenas um terço da expansão em igual período de 2023, mostra o Oil Market Report de setembro da Agência Internacional de Energia (IEA). É o menor índice de crescimento desde o colapso da demanda pelo combustível fóssil durante a pandemia de 2020.
Segundo a IEA, a demanda global por petróleo está “desacelerando bruscamente” à medida que a economia da China desacelera, o que fez a agência rever para baixo as projeções para este ano. A previsão agora é de um crescimento do consumo de 900 mil barris por dia, uma queda de 70 mil bpd, ou 7,2%, sobre a previsão anterior, que está no limite inferior da faixa esperada pela indústria, explica a Reuters.
O cenário derrubou os preços da commodity a seu nível mais baixo em três anos, destaca a Bloomberg. Os preços do petróleo tipo Brent caíram abaixo de US$ 70 o barril na 4ª feira (11/9) pela primeira vez desde o final de 2021, devido a preocupações com dados tanto da China quanto dos Estados Unidos, os dois maiores consumidores mundiais do combustível fóssil. Uma grande interrupção na produção da Líbia e os cortes prolongados de fornecimento pelos integrantes da OPEP [cartel que reúne países com grande produção de petróleo] não conseguiram conter a queda dos valores.
A redução da demanda chinesa se dá também por uma mudança na estrutura de transportes do país, com “uma substituição acelerada do petróleo em favor de combustíveis alternativos” segundo a IEA. “O aumento nas vendas de veículos elétricos está reduzindo a demanda por combustível [fóssil], enquanto o desenvolvimento de uma vasta rede ferroviária nacional de alta velocidade está restringindo o crescimento das viagens aéreas domésticas”, destaca o relatório.
Fora da China, o crescimento da demanda por petróleo é “morno, na melhor das hipóteses”, afirma o documento. E “com o aparente esgotamento do crescimento da demanda por petróleo da China e apenas aumentos modestos ou declínios na maioria dos outros países, as tendências atuais reforçam nossa expectativa de que a demanda global atingirá um pico até o final desta década“, reitera a IEA.
Também nesta semana a OPEP reduziu pelo 2º mês consecutivo suas projeções para o aumento do consumo de petróleo neste e no próximo ano. Assim como a IEA, a entidade apontou a China como a grande responsável por esse downgrade.
Financial Times, Wall Street Journal, Business Standard e oilprice.com também repercutiram o novo downgrade da IEA no consumo de petróleo neste ano.
ClimaInfo, 13 setembro de 2024.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.